O Papel do Agile na Era da Transformação Digital… e não só.

“O maior impacto potencial vem do aperfeiçoamento da capacidade de selecionar os recursos mais valiosos, com base em ciclos de feedback.”

Gartner® Hype Cycle for Agile and DevOps, 2024

Vivemos num período de mudanças muito rápidas, em que a transformação digital deixou de ser uma opção para se tornar uma exigência. Empresas e organizações de todos os setores enfrentam o desafio de se adaptar rapidamente às novas tecnologias e às sempre crescentes expectativas dos clientes. Neste contexto, as metodologias Agile assumem um papel crucial, ao possibilitarem respostas rápidas e eficazes. Mas até que ponto estamos preparados para aproveitar este potencial?

Adotar o Agile vai muito além de implementar ferramentas tecnológicas ou de seguir um conjunto de práticas, como sprints ou retrospetivas. Trata-se de uma transformação cultural que exige uma constante colaboração, autonomia e um foco inabalável no valor entregue ao cliente. Entre nós, embora haja um interesse crescente na metodologia Agile, a mudança ainda é, em muitos casos, limitada por hierarquias tradicionais e o receio de alterar processos estabelecidos. Mas o que é uma limitação para as organizações é uma oportunidade para quem nelas trabalha, quer sendo um dos primeiros a adotar, quer desempenhando o imprescindível papel de catalisador da mudança.

As metodologias Agile não se aplicam exclusivamente ao setor tecnológico. Sectores como saúde, educação e administração pública têm beneficiado crescentemente da sua implementação, com impactos significativos na sua eficácia e na qualidade dos serviços prestados. E a verdade é que, se isso é verdade, também é verdade que todos os setores têm tido avanços tecnológicos assombrosos, beneficiando assim duplamente da adoção das metodologias Agile.

O Agile está, ele próprio, em constante mudança e evolução. As suas ideias centrais são flexíveis e adaptáveis, moldando-se às necessidades de diferentes culturas organizacionais, setores e objetivos estratégicos. Estes exemplos de sucesso global ajudam a ilustrar esse ponto:

  • A Tesla, uma das empresas mais bem-sucedidas do mundo, tem adotado estas ideias, experimentando com elas para desenvolver a sua própria forma de usar o Agile. É, assumidamente, um dos ingredientes fundamentais do seu sucesso.
  • Na BMW, foi desenvolvida uma perspetiva de como se pode escalar o Agile e usá-lo para realizar uma transformação global da companhia de modo a acompanhar a evolução tecnológica e agilizar os processos. Sem preconceitos, sem ideias pré-definidas, num processo de aprendizagem e mudança contínua – e, como é frisado no artigo, “para sempre”.

Estes são casos muito recentes que demonstram o interesse no Agile numa escala global, mas o percurso tem vindo a construir-se ao longo do século XXI, com muito interesse por parte de empresas de renome, como a IBM, a Cisco ou a PwC, que publicam regularmente estudos e casos de sucesso em Agile. A Microsoft dedica páginas suas a explicar o que são estas metodologias, criando tecnologias que a suportam e que vão evoluindo com elas. A Google adotou as metodologias Agile para desafiar a sua cultura, promover transparência e eficiência, num processo que promove a transformação numa empresa que é ela mesmo um símbolo de transformação.

Como estas organizações compreenderam, face aos desafios que hoje se nos colocam, é imperativo promover programas que capacitem profissionais a compreenderem os princípios do Agile, a forma de pensar e agir que o suporta, procurando não apenas ensinar as técnicas e ferramentas, mas também cultivar uma mentalidade ágil, focada na adaptação, na inovação e na entrega de valor.

O Agile é mais do que uma metodologia, é uma abordagem transformadora que redefine a forma como inovamos, colaboramos e entregamos resultados.

André Carreiro
Diretor de Desenvolvimento Aplicacional, Consultor, Formador e Docente Universitário

O Poder Transformador da Ciência de Dados na Sociedade Atual

A Ciência de Dados está a transformar o mundo como o conhecemos. Desde a personalização de campanhas publicitárias até à previsão de epidemias, o impacto desta disciplina transcende o universo tecnológico, influenciando diretamente decisões sociais, económicas e até políticas. Mas será que estamos a tirar o máximo aproveitamento do seu potencial?

Como devemos observar?

A era dos dados começou de forma discreta, mas hoje os números são a base das maiores decisões estratégicas. Segundo a IDC, o volume de dados gerados globalmente duplicará até 2025 (Reinsel, Gantz & Rydning, 2018). Neste contexto, a Ciência de Dados emerge como a chave para navegar neste oceano de informação. A capacidade de transformar dados em insights acionáveis é um dos principais motores da inovação.

Um exemplo claro surge no setor da saúde. Algoritmos de aprendizagem automática estão a ser utilizados para prever surtos de doenças, enquanto técnicas de análise preditiva ajudam hospitais a optimizar os seus recursos. Durante a pandemia de COVID-19, o processamento de dados em larga escala permitiu identificar tendências de propagação do vírus e antecipar necessidades de ventiladores e camas de cuidados intensivos (Haleem, Javaid & Singh, 2020). Estas aplicações salvaram vidas e evidenciaram como a Ciência de Dados pode ser um aliado poderoso em emergências globais.

No setor financeiro, a análise de dados está a revolucionar o combate à fraude. Sistemas baseados em inteligência artificial monitorizam milhões de transações em tempo real, detetando padrões de atividade suspeita que escapariam ao controlo humano (LeCun, Bengio & Hinton, 2015). Além disso, as empresas estão a utilizar a Ciência de Dados para compreender melhor o comportamento dos clientes, promovendo serviços personalizados que aumentam a fidelização e melhoram a experiência do utilizador.

A indústria transformadora também está a beneficiar significativamente. Empresas de manufatura estão a implementar modelos preditivos para manutenção preventiva de máquinas, reduzindo custos operacionais e aumentando a eficiência. Um exemplo é o setor automóvel, onde a análise de grandes volumes de dados recolhidos de sensores nos veículos permite prever falhas mecânicas e melhorar continuamente o design e a segurança (Manyika et al., 2011).

No entanto, a integração da Ciência de Dados na sociedade enfrenta desafios éticos e práticos. A privacidade é um dos temas mais relevantes. Escândalos recentes, como o caso da Cambridge Analytica, evidenciam o perigo de uma má utilização de dados, expondo fragilidades na forma como são recolhidos, armazenados e tratados (Cadwalladr & Graham-Harrison, 2018). Este cenário levanta questões urgentes: como podemos equilibrar inovação e privacidade? Será justo que os dados de um indivíduo sejam comercializados sem o seu consentimento explícito?

Outro obstáculo significativo é a desigualdade no acesso. Os países em desenvolvimento frequentemente carecem de infraestruturas e profissionais qualificados para beneficiarem desta revolução. A ausência de programas educacionais focados em literacia digital e Ciência de Dados agrava ainda mais esta lacuna. Sem uma ação coordenada e inclusiva, corremos o risco de perpetuar ou mesmo aumentar as desigualdades sociais e económicas entre nações e comunidades.

Para além disso, o mercado de trabalho também enfrenta desafios. A procura por cientistas de dados supera em muito a oferta, levando a um défice de talento que pode limitar a capacidade de inovação de muitas organizações (Davenport & Patil, 2012). Será necessário investir em formação especializada, bem como fomentar uma cultura de aprendizagem contínua, para preparar as próximas gerações de profissionais para o futuro.

O que podemos concluir?

A Ciência de Dados é, sem dúvida, um dos principais motores da transformação digital e social do século XXI. Com o seu potencial para resolver problemas complexos e promover avanços em diversas áreas, é uma ferramenta essencial para enfrentar os desafios do nosso tempo. Contudo, o seu impacto positivo só será plenamente alcançado se for utilizada de forma ética e inclusiva.

Governos, empresas e cidadãos têm um papel crucial na criação de um ecossistema que promova a transparência e a igualdade. As instituições governamentais devem reforçar regulamentações sobre privacidade e proteção de dados, garantindo que os direitos dos indivíduos são salvaguardados. As empresas precisam de adotar práticas responsáveis na recolha e utilização de dados, priorizando a confiança dos seus clientes. Já os cidadãos devem ser capacitados para compreender os seus direitos e participar ativamente no debate sobre o uso de dados.

Para além disso, a colaboração internacional será fundamental para democratizar o acesso à Ciência de Dados. É urgente investir em infraestruturas e programas educativos que permitam aos países em desenvolvimento acompanhar esta revolução tecnológica. Apenas através de uma abordagem global e coordenada será possível garantir que os benefícios da Ciência de Dados sejam partilhados de forma equitativa.

A questão não é apenas o que a Ciência de Dados pode fazer, mas como podemos garantir que beneficie a sociedade como um todo. Num futuro moldado pelos dados, cada decisão que tomamos hoje definirá o caminho que queremos seguir. Estamos dispostos a assumir a responsabilidade e a trabalhar em conjunto para criar um mundo mais justo e inovador?

 

Referências

Cadwalladr, C., & Graham-Harrison, E. (2018). Revealed: 50 million Facebook profiles harvested for Cambridge Analytica in major data breach. The Guardian. Retrieved from https://www.theguardian.com

Davenport, T. H., & Patil, D. J. (2012). Data Scientist: The Sexiest Job of the 21st Century. Harvard Business Review, 90(10), 70–76.

Haleem, A., Javaid, M., & Singh, R. P. (2020). Big Data Analytics for COVID-19 pandemic: A review. International Journal of Engineering Research and Technology, 13(6), 3194–3199.

LeCun, Y., Bengio, Y., & Hinton, G. (2015). Deep learning. Nature, 521(7553), 436–444.

Manyika, J., Chui, M., Brown, B., Bughin, J., Dobbs, R., Roxburgh, C., & Byers, A. H. (2011). Big data: The next frontier for innovation, competition, and productivity. McKinsey Global Institute.

Reinsel, D., Gantz, J., & Rydning, J. (2018). The digitization of the world: From edge to core. IDC White Paper.

Orlando Fontan, Head of Head of Strategy & Innovation – NOVA FCT Executive Education

Além da Eficiência: Lean Como Cultura Organizacional

A filosofia Lean, originada no Sistema Toyota de Produção, tornou-se uma abordagem essencial para empresas que procuram eficiência e competitividade. Com foco na eliminação de desperdícios e na melhoria contínua, o Lean oferece um caminho claro para a excelência operacional. Com o Lean foca-se em diversas perspetivas, incluindo eficiência, produtividade, qualidade e inovação.

Lean é uma forma de pensar em criar o valor necessário com menos recursos e menos desperdício. Lean é também uma prática que consiste em experimentação contínua para alcançar o valor perfeito com zero desperdício. O pensamento e a prática Lean ocorrem em conjunto.

O pensamento Lean começa sempre com o cliente. O que valoriza o cliente? Ou, formulado de forma diferente e que convida à ação concreta, que problema precisa o cliente resolver?

A prática Lean inicia-se com o trabalho — as ações que criam valor para o cliente, direta ou indiretamente — e as pessoas que realizam essa função. Por meio de experimentação contínua, colaboradores e gestores aprendem a inovar nas suas ações, físicas ou intelectuais, de forma a obter cada vez mais qualidade e fluidez, menos tempo e esforço, e menor custo. Assim, uma organização caracterizada pela prática Lean é altamente adaptada ao seu ambiente que por vezes está em constante mudança, em comparação com os seus pares, devido à aprendizagem sistemática e contínua fomentada pelo pensamento e prática Lean.

Uma organização Lean deve organiza-se para continuar a compreender o cliente e o seu contexto, ou seja, especificando o valor e procurar melhores formas de o fornecer:

– através do desenvolvimento de produtos e processos,

– durante o cumprimento, desde a encomenda através da produção até à entrega, e

– através do ciclo de utilização do produto e/ou serviço, desde a entrega, passando pela manutenção e atualizações, até à reciclagem.

As empresas Lean, tanto multinacionais, PME ou simplesmente startups, abordam incessantemente questões fundamentais sobre o seu propósito, o processo e as pessoas:

– Qual é o propósito orientado para o valor? Ou qual é o problema a resolver?

– Quais são as ações a serem realizadas para resolver o problema?

– Quais as capacidades necessárias para realizar o trabalho de resolver o problema?

– Que sistema de gestão, nomeadamente nas operações e comportamentos de liderança é necessário?

– Que pensamento, incluindo mentalidades e pressupostos, é exigido pela organização como um sistema orientado para um propósito?

Podemos concluir que a forma de pensar Lean tem uma orientação: respeito pelos clientes, colaboradores, fornecedores, investidores e restante envolvente onde estes players estão inseridos, com o acreditar de que todos podem e irão beneficiar através das práticas Lean. Lean não é dogmático. Não é um conjunto rígido e imutável de crenças e métodos. Em vez disso, progride no contexto de situações específicas. Não existe um ponto final enquanto o valor é criado de forma imperfeita e o desperdício existe.

E como Lean pode ajudar as organizações?

Desde o coaching executivo no desenvolvimento de estratégia, implementação e alinhamento até ao envolvimento dos colaboradores para criar uma cultura de resolução de problemas, a forma de pensar e a prática Lean podem alavancar o desempenho de qualquer que seja a organização.

Adotar a filosofia Lean pode transformar profundamente uma organização. Com foco em eficiência, qualidade, melhoria contínua e inovação, o Lean ajuda as empresas a eliminar desperdícios, aumentar a produtividade e satisfazer melhor os clientes. Para as empresas que desejam se manter competitivas no longo prazo, a implementação do Lean não é apenas uma opção, mas uma necessidade.

Orlando Fontan
Senior Project Management | Speaker | Managing Partner at ConceptChange | Professor | Change Management & Transformation Specialist | Information Security | Risk Management | ISO 27001 Certified

A Primeira Conferência sobre Economia Azul na NOVA FCT: Um Marco para o Desenvolvimento Sustentável de Portugal

No dia 26 de junho, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa foi palco de um evento sem precedentes, a primeira conferência dedicada exclusivamente à Economia Azul. Organizada pela Formação Executiva da FCT NOVA, a conferência reuniu uma elite de especialistas, acadêmicos, industriais e políticos para discutir o aproveitamento sustentável dos vastos recursos marítimos de Portugal. Este encontro não apenas reafirmou a posição de Portugal como uma nação intrinsecamente ligada ao mar, mas também delineou o potencial imenso que o oceano oferece para o desenvolvimento económico futuro, sempre alinhado com a preservação ambiental.

 

Portugal e o Mar: Uma Conexão Histórica com Perspectivas Futuras

Portugal, uma nação com um legado marítimo de respeito, tem suas raízes históricas profundamente entrelaçadas com o oceano (Costa, 2017). A República Portuguesa, fundada em 1143, expande-se por uma área terrestre de 92.212 km², mas é na dimensão marítima que o país se revela um colosso europeu. A zona económica exclusiva (ZEE) de Portugal abrange cerca de 1.683.000 km², posicionando-se como uma das maiores da Europa (Sousa et al., 2018). Essa vasta área, subdividida entre o continente e os arquipélagos dos Açores e da Madeira, totaliza aproximadamente 50.957 km² e representa um território repleto de oportunidades e desafios para a economia azul (Bessa, 2014).

 

Dinâmicas da Economia Azul: Desenvolvimento, Sustentabilidade e Inovação

A conferência explorou profundamente o potencial de setores como pesca e aquicultura, turismo marítimo, energias renováveis offshore, biotecnologia marinha e infraestruturas portuárias. Foi destacada a importância crítica da sustentabilidade nesses setores, conforme evidenciado por Silva e Santos (2019), que argumentam sobre a necessidade de harmonizar o crescimento económico com a conservação dos ecossistemas marinhos. A inovação tecnológica foi apontada como um vetor crucial para o desenvolvimento futuro, particularmente no que tange à energia renovável e à biotecnologia, áreas nas quais Portugal tem o potencial para se tornar líder global (Martins & Fernandes, 2020).

 

Impacto Económico: Academia como um Modelo

A aposta de Portugal na economia azul não é apenas uma escolha estratégica, mas também uma necessidade vital para o sustento do país e a preservação de seu património natural. Esta iniciativa reflete uma compreensão profunda de que o futuro económico de Portugal está intrinsecamente ligado ao seu passado e presente marítimo.

O envolvimento da academia, em especial a NOVA FCT, no fomento e liderança das discussões sobre economia azul evidencia uma abordagem pragmática e visionária, alinhada com as melhores práticas internacionais. Este compromisso com a sustentabilidade e inovação é um exemplo brilhante do papel que a educação superior pode desempenhar na transformação das bases económicas de um país.

O impacto económico deste setor é tangível e crescente. A economia azul tem o potencial de impulsionar significativamente o PIB português, criar empregos, fomentar a inovação e garantir a sustentabilidade ambiental. Setores como a energia renovável offshore e o turismo costeiro não apenas diversificam a economia portuguesa, mas também colocam o país na vanguarda da economia verde global.

O desenvolvimento desses setores, apoiado por políticas públicas eficazes e investimento em pesquisa e desenvolvimento, pode transformar Portugal num modelo de economia azul, demonstrando que é possível aliar crescimento económico com respeito e cuidado pelo ambiente marinho.

 

Política e Estratégia: Diretrizes para um Futuro Azul Sustentável

A conferência enfatizou a importância de uma política integrada que não só promova a economia azul, mas também assegure a proteção ambiental. A colaboração internacional, especialmente na gestão de recursos transfronteiriços e no cumprimento de diretrizes ambientais internacionais, foi apontada como essencial (Nobre, 2021). O papel dos decisores políticos em moldar um ambiente regulatório propício ao investimento e à inovação foi também discutido, com recomendações para políticas que incentivem a pesquisa e a sustentabilidade (Gomes & Lopes, 2022).

 

O Oceano como Patrimônio e Futuro

Esta primeira conferência sobre Economia Azul na NOVA FCT serviu não apenas para reiterar o compromisso de Portugal com um futuro sustentável, mas também para estabelecer um diálogo académico e profissional que, espera-se, continuará a influenciar as políticas e práticas no país e além. Portugal, com sua herança marítima singular e um presente de possibilidades ilimitadas no mar, está perfeitamente posicionado para liderar o caminho em direção a um futuro onde o oceano não é apenas uma fonte de recursos, mas também um bem cuidadosamente preservado para as futuras gerações.

Este evento não foi apenas um marco académico e profissional; foi um reafirmar da identidade marítima de Portugal e uma proclamação do seu potencial inexplorado. O futuro de Portugal, indubitavelmente ligado ao seu passado e presente marítimo, promete uma jornada de inovação, crescimento e sustentabilidade, guiada pelos princípios da economia azul.

 

Referências

  • Bessa, J. (2014). Mar territorial e ZEE de Portugal. Lisboa: Observatório do Mar.
  • Costa, H. (2017). O legado marítimo de Portugal. Porto: Edições Marítimas.
  • Gomes, C., & Lopes, R. (2022). Políticas para a economia azul em Portugal. Coimbra: Universidade de Coimbra Press.
  • Martins, A., & Fernandes, E. (2020). Tecnologia e inovação na economia azul. Lisboa: TecnoMar Editora.
  • Nobre, A. (2021). Gestão sustentável dos recursos marinhos. Porto: Editora Oceano.
  • Silva, P., & Santos, M. (2019). Sustentabilidade e desenvolvimento marítimo. Lisboa: Fundação para o Desenvolvimento Marítimo.
  • Sousa, L. et al. (2018). Economia azul: Oportunidades e desafios. Porto: Universidade do Porto Press.

 

Orlando Fontan
Senior Project Management | Speaker | Managing Partner at ConceptChange | Professor | Change Management & Transformation Specialist | Information Security | Risk Management | ISO 27001 Certified

Além da Eficiência: Lean Como Cultura Organizacional

A filosofia Lean, originada no Sistema Toyota de Produção, tornou-se uma abordagem essencial para empresas que procuram eficiência e competitividade. Com foco na eliminação de desperdícios e na melhoria contínua, o Lean oferece um caminho claro para a excelência operacional. Com o Lean foca-se em diversas perspectivas, incluindo eficiência, produtividade, qualidade e inovação.

Lean é uma forma de pensar em criar o valor necessário com menos recursos e menos desperdício. Lean é também uma prática que consiste em experimentação contínua para alcançar o valor perfeito com zero desperdício. O pensamento e a prática Lean ocorrem em conjunto.

O pensamento Lean começa sempre com o cliente. O que valoriza o cliente? Ou, formulado de forma diferente e que convida à ação concreta, que problema precisa o cliente resolver?

A prática Lean inicia-se com o trabalho— as ações que criam valor para o cliente, direta ou indiretamente — e as pessoas que realizam essa função. Por meio de experimentação contínua, colaboradores e gestores aprendem a inovar nas suas ações, físicas ou intelectuais, de forma a obter cada vez mais qualidade e fluidez, menos tempo e esforço, e menor custo. Assim, uma organização caracterizada pela prática Lean é altamente adaptada ao seu ambiente que por vezes está em constante mudança, em comparação com os seus pares, devido à aprendizagem sistemática e contínua fomentada pelo pensamento e prática Lean.

Uma organização Lean deve organiza-se para continuar a compreender o cliente e o seu contexto, ou seja, especificando o valor e procurar melhores formas de o fornecer:

– através do desenvolvimento de produtos e processos,

– durante o cumprimento, desde a encomenda através da produção até à entrega, e

– através do ciclo de utilização do produto e/ou serviço, desde a entrega, passando pela manutenção e atualizações, até à reciclagem.

As empresas Lean, tanto multinacionais, PME ou simplesmente startups, abordam incessantemente questões fundamentais sobre o seu propósito, o processo e as pessoas:

– Qual é o propósito orientado para o valor? Ou qual é o problema a resolver?

– Quais são as ações a serem realizadas para resolver o problema?

– Quais as capacidades necessárias para realizar o trabalho de resolver o problema?

– Que sistema de gestão, nomeadamente nas operações e comportamentos de liderança é necessário?

– Que pensamento, incluindo mentalidades e pressupostos, é exigido pela organização como um sistema orientado para um propósito?

Podemos concluir que a forma de pensar Lean tem uma orientação: respeito pelos clientes, colaboradores, fornecedores, investidores e restante envolvente onde estes players estão inseridos, com o acreditar de que todos podem e irão beneficiar através das práticas Lean. Lean não é dogmático. Não é um conjunto rígido e imutável de crenças e métodos. Em vez disso, progride no contexto de situações específicas. Não existe um ponto final enquanto o valor é criado de forma imperfeita e o desperdício existe.

E como Lean pode ajudar as organizações?

Desde o coaching executivo no desenvolvimento de estratégia, implementação e alinhamento até ao envolvimento dos colaboradores para criar uma cultura de resolução de problemas, a forma de pensar e a prática Lean podem alavancar o desempenho de qualquer que seja a organização.

Adotar a filosofia Lean pode transformar profundamente uma organização. Com foco em eficiência, qualidade, melhoria contínua e inovação, o Lean ajuda as empresas a eliminar desperdícios, aumentar a produtividade e satisfazer melhor os clientes. Para as empresas que desejam se manter competitivas no longo prazo, a implementação do Lean não é apenas uma opção, mas uma necessidade.

 

Orlando Fontan

Consultor de gestão de projetos

Como é utilizada a impressão 3D na saúde?

No Verão de 2022, no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, no Rio de Janeiro, Brasil, a equipa do neurocirurgião Gabriel Mufarrej separou dois gémeos siameses que partilhavam, 15% do cérebro e uma importante veia que conduz o sangue para os corações de cada um.

Após nove cirurgias e mais de 33 horas no bloco operatório, os meninos foram separados. Conta o neurocirurgião que foram realizadas todas as análises e exames, assim como foram feitos modelos dos cérebros das crianças em 3D, com o objectivo de perceber a estrutura cerebral e as veias que partilhavam.

Durante a última cirurgia, por vezes, Gabriel Mufarrej parava e observava os modelos em 3D para compreender o que fazer a seguir, revela o cirurgião. É que a impressão 3D permite antecipar a intervenção e contribui para melhorar a precisão porque o cirurgião tem uma ideia clara sobre as áreas em que está a trabalhar.

Esta é uma das formas como a impressão 3D pode ser usada na saúde. Com uma impressora 3D é possível imprimir objetos em formato tridimensional, ao desenhar em programas de computador e depois fazendo a impressão.

O início da impressão 3D

A ideia da impressão 3D nasceu na literatura de ficção científica, num conto do autor norte-americano Murray Leinster (1896-1975), onde era descrito um processo em que plástico saía de um braço móvel, que desenhava no ar e o material ia endurecendo, formando o objeto desejado.

Só nos últimos anos é que esta tecnologia foi desenvolvida de tal maneira que pode ser usada em muitas áreas, da arquitetura e design à engenharia, passando por diferentes indústrias e pela saúde. Nesta, pode ser usada em hospitais, mas também no ensino da medicina e, claro, na investigação.

Artigo relacionado: Qual a importância da impressão 3D na área da saúde?

E voltemos à cirurgia, além de um modelo 3D poder ajudar o médico, também pode ser útil para o doente na comunicação com o cirurgião, para compreender como vai ser feita a intervenção.

Aplicações da impressão 3D na saúde

Outra das utilidades da impressão 3D na área da saúde é na construção de próteses personalizadas – por exemplo em ortopedia, maxilo-faciais e craniana –, e à medida de cada doente.

Também pode ser usada em implantes dentários. Atualmente, é possível imprimir implantes adequados a cada doente, em titânio, através de uma impressora 3D. Antes desta inovação, os doentes preocupavam-se com o tempo de recuperação e de adaptação da boca a um implante, mas com a criação destes em 3D, esse tempo tornou-se muito mais curto porque o software existente permite desenhar corretamente a estrutura do osso e o implante adapta-se ao tecido ósseo, acelerando o tempo de recuperação e diminuindo a taxa de rejeição.

No que diz respeito à ortopedia, além de ser mais fácil criar implantes mais condizentes com a realidade de cada doente, a impressão 3D veio também torná-los mais baratos. Por exemplo, o que antes era caríssimo e, por isso, difícil de substituir, tem agora custos mais amigos das famílias, porque o equipamento pode ir sendo sempre adaptado à medida que, por exemplo, uma criança que utilize uma prótese de um pé, vá crescendo.

Mas é possível fazer impressão, por exemplo de vértebras, para doentes que precisem de uma intervenção à coluna. Além de ossos e cartilagens, uma impressora 3D também pode reproduzir tecidos, como a pele – ao imprimir células epiteliais.

As impressoras 3D servem também para construir dispositivos médicos que se adequem a um doente, deixando para segundo plano os dispositivos universais. Por exemplo, imprimir um inalador para o qual foi tido em conta o formato particular da boca ou do nariz do doente.

É ainda possível imprimir instrumentos cirúrgicos personalizados, como cabos de bisturi ou pinças, o que permite aos médicos obter um melhor desempenho durante uma cirurgia.

Artigo relacionado: A quem se destina o programa executivo em impressão 3D na área da Saúde?

Sejam próteses, implantes, dispositivos ou instrumentos cirúrgicos, estes podem ser impressos em diferentes matérias – do titânio para os implantes dentários ao nylon ou aço inoxidável.

O programa Impressão 3D para a Saúde da NOVA FCT

A Nova School of Science & Tecnology, numa parceria entre a Nova Medical School e o FCT FabLab, e com o apoio da FAN3D (empresa especializada em impressão 3D/manufatura aditiva), propõe um curso de 32 horas, entre aulas teóricas e práticas, de “Impressão 3D para a Saúde: do problema à solução”, a pensar não só em cirurgiões, mas também numa série de profissões ligadas à saúde — de fisiatras a reumatologistas e ortopedistas, passando por engenheiros biomédicos. Este curso destina-se a quem quer melhorar a sua prática clínica e desenvolver competências na área do design e prototipagem rápida, focados na impressão 3D.

O objetivo é que as aprendizagens — no final, os participantes obtêm o Certificado de Aptidão de Competências Introdutórias ao Fabrico Aditivo pelo International Additive Manufacturin Qualification System (IAMQS) —possam ser aplicadas em diferentes áreas da saúde, nomeadamente reabilitação, reumatologia, ortopedia, cirurgia e no ensino.

Conheça este e outros Programas Executivos no nosso website ou faça um pedido de contacto para tirar quaisquer questões.

Ana Rodrigo Gonçalves
Head of Innovation for Corporate Development

Impressão 3D na Saúde: oportunidades, benefícios, barreiras e possibilidades

O desafio nasceu na imaginação de um autor de ficção científica, o norte-americano Murray Leinster (1896-1975), mas é uma realidade nos nossos dias. Chama-se impressão 3D e permite, a partir da anatomia do ser humano, criar modelos impressos a três dimensões, nos mais variados materiais, do nylon ao aço inoxidável.

Este tipo de impressão, que pode ser usada nas mais diversas áreas, chegou à saúde na década de 1990. Primeiro, à Medicina Dentária, com implantes e próteses dentárias feitas à medida, usando titânio e permitindo que os doentes recuperassem mais rapidamente.

O benefícios da impressão 3D na saúde

Este é um dos benefícios da impressão 3D, a recuperação, que se faz sentir em quase todas as áreas da medicina e por uma razão muito simples: este tipo de impressão permite fazer implantes, criar próteses, ossos ou mesmo tecidos que, sendo personalizados, encaixam perfeitamente no paciente, logo, a sua recuperação faz-se com maior celeridade.

Artigo relacionado: Como é utilizada a impressão 3D na saúde?

Outro dos benefícios é a poupança de recursos e de tempo, para não falar da qualidade de vida que se oferece ao doente. É possível recorrer à impressão 3D antes de uma cirurgia, ao reproduzir fidedignamente o órgão que vai ser intervencionado. Deste modo, a equipa cirúrgica pode não só estudar a intervenção, mas também explicar o procedimento ao paciente. Essa informação permite descansar o doente e transmitir conhecimento e segurança à equipa, possibilitando uma maior rapidez em bloco operatório.

Além de ser uma tecnologia que pode ser aplicada na reprodução de ossos ou de órgãos, também pode ser usada na criação de novas ferramentas e de instrumentos cirúrgicos adequados aos médicos e aos doentes. Além disso, permite também criar novos dispositivos médicos feitos à medida.

Oportunidades

A impressão 3D veio criar um mundo de oportunidades na área da saúde, desde os implantes dentários à criação de órgãos recorrendo a células e tecidos humanos, a chamada “bio impressão 3D”, que passou a ser utilizada na medicina regenerativa e na engenharia de tecidos.

Com a longevidade a aumentar, numa altura em que se sente a falta de órgãos viáveis nos hospitais, a “bio impressão 3D” (que não usa plásticos nem ligas de metal, mas sim tecidos vivos), possibilita criar órgãos adequados a cada doente.

Esta é uma tecnologia que continua a ser investigada e com possibilidade de se desenvolver, já que os benefícios encontrados são evidentes. Por exemplo, também na indústria farmacêutica é possível usar dispositivos impressos em 3D e que facilitam a toma de medicação. Portanto, o que se tem verificado é um aumento do investimento na área da investigação, numa clara aposta na abertura de mais áreas em que esta possa ser aplicada.

Artigo relacionado: Qual a importância da impressão 3D na área da saúde?

Ao criar equipamentos médicos especificamente adaptados às necessidades de cada pessoa, a tecnologia de impressão 3D está a expandir-se, respondendo assim à crescente necessidade de tratamento médico individualizado.

Impressão 3D para a Saúde: do problema à solução

A Nova School of Science & Tecnology, numa parceria entre a Nova Medical School e o FCT FabLab, e com o apoio da FAN3D (empresa especializada em impressão 3D/manufatura aditiva), propõe um programa executivo de 32 horas, entre aulas teóricas e práticas, de “Impressão 3D para a Saúde: do problema à solução”. Este curso destina-se a quem quer começar ou melhorar a sua prática clínica ou pedagógica, bem como a quem quer desenvolver competências na área do design e da impressão em 3D focada na saúde.

Uma vez que a impressão 3D pode ser aplicada em diversas áreas da saúde, da reabilitação à reumatologia, passando pela medicina dentária, ortopedia, reumatologia e cirurgia, muitos são os profissionais a quem este programa executivo interessa. Este não se destina apenas a professores (sejam de medicina ou de medicina dentária), nem a cirurgiões, mas a uma série de profissões ligadas à saúde.

Artigo relacionado: A quem se destina o programa executivo em impressão 3D na área da Saúde?

Esta formação adequa-se ainda a reumatologistas, neurocirurgiões, engenheiros biomédicos ou terapeutas ocupacionais interessados em progredir na sua carreira.

Esta formação consiste em 24 horas de aulas teóricas em que os alunos têm um enquadramento das potencialidades e limitações tecnológicas da impressão 3D, fazem uma abordagem ao design e impressão na medicina, bem como conhecem as tecnologias e os materiais com que podem trabalhar. Quanto às aulas práticas, o desafio é que em oito horas, os interessados realizem um projeto final, aplicando na prática os conteúdos adquiridos nas aulas teóricas. Estas aulas decorrem nos laboratórios de fabricação digital.

No final, os participantes obtêm o Certificado de Aptidão de Competências Introdutórias ao Fabrico Aditivo pelo International Additive Manufacturin Qualification System (IAMQS).

Descubra os Programas Executivos da NOVBA FCT no nosso website ou faça um pedido de contacto para tirar quaisquer questões.

Ana Rodrigo Gonçalves
Head of Innovation for Corporate Development

5 vantagens de tirar uma pós-gradução em Agile

A metodologia Agile é uma abordagem iterativa de gestão, mas também de desenvolvimento de software, que ajuda a potenciar todo o trabalho de forma “ágil” (agile, como o próprio nome indica). Esta aplica-se no campo da gestão de projetos, através de um conjunto de práticas e competências utilizadas para planear, executar, monitorar e controlar os projetos de uma organização.

A ideia nasceu em 2001, num resort de esqui, nas montanhas Wasatch de Utah, EUA, onde 17 programadores se reuniram para refletir sobre as melhores práticas de desenvolvimento de software. Embora a sua formação fosse heterogénea, estavam todos interessados em desenvolver uma nova abordagem para o seu trabalho. Deste encontro nasceu o Agile Manifesto, que viria a dar origem à metodologia Agile Project Management que não se aplica apenas à área da tecnologia, mas a qualquer uma que tenha como objetivo a gestão e desenvolvimento de projetos.

Artigo relacionado: Evolução da metodologia Agile

Este manifesto, que marcou uma mudança de paradigma na gestão empresarial, defende que uma equipa, recorrendo à metodologia Agile, consiga responder rapidamente à mudança ou a sugestões vindas do cliente. Por norma, as equipas que recorrem a este método são mais produtivas, apresentam melhores resultados e põem melhores produtos no mercado, tornando as empresas onde trabalham mais competitivas e rentáveis.

Vantagens em obter uma formação em Agile

1. Entender como o Agile funciona

A gestão através do método Agile permite que as equipas trabalhem em grandes projetos, dividindo-os em ciclos curtos (sprints), que se adaptam à medida que vão sendo discutidos e incluem o feedback de todos os envolvidos, incluindo o cliente, de modo, a que o produto final seja um sucesso.

Esta é uma metodologia que visa empresas que lidam com prazos curtos de lançamento de produtos ou serviços no mercado, ou com necessidades de ser flexível, pois em vez de se passarem meses a desenvolver um projeto para criar um produto ou serviço que rapidamente fica obsoleto, o Agile Project Management permite mais rapidez e eficácia de forma a que chegue ao mercado um produto de acordo com as exigências do cliente.

2. Alterar o seu mindset Agile

Esqueça as longas reuniões de equipa, as reuniões intermináveis com clientes, aquelas reuniões que se chega ao final sem uma ideia, sem uma proposta concreta. A abordagem Agile tem como objetivo que as empresas se tornem mais competitivas e rentáveis. Para isso, é necessário conhecer novos conceitos e ferramentas, tais como o mapeamento estratégico, o modelo de negócio e outras métricas estratégicas que permitam promover a inovação através do design de serviços ou de produtos.

Uma pós-graduação nesta área permite que, no final, seja possível ao interessado trabalhar de maneira mais ágil, mais de acordo com a atualidade, com as exigências do mercado, atingindo a máxima eficiência com o mínimo de recursos.

3. Reduzir os riscos

Dentro do Agile, existem uma série de metodologias que permitem agilizar todos os processos, como por exemplo, o Srum Framework e o Kanban Method. Estes contribuem para reduzir os riscos de fracasso do projeto. O desenvolvimento do projeto em ciclos curtos, ou sprints, garante que se tenha uma perceção rápida do sucesso (ou insucesso) do produto e se perceba se a abordagem que está a ser adotada vai funcionar.

4. Melhorar a relação com os clientes

Ao usar a metodologia Agile, a relação com o cliente melhora porque este é envolvido em todo o processo de desenvolvimento. Ou seja, existe uma adaptação às necessidades e preferências do cliente. Este envolvimento permite dar uma maior visibilidade àquilo que se está a fazer, assim como, em diálogo, permite um grau de flexibilidade para mudar o que precisa de ser alterado. Tal implica uma relação profissional de confiança que resulta na satisfação do cliente.

Esta relação permite ainda pôr os produtos no mercado mais rapidamente, possibilitando ao cliente reconhecer o sucesso do mesmo em tempo real.

5. Progredir na carreira

Em ambiente de projeto, é importante possuir características de liderança, ou seja, capacidade de motivar a equipa, mas também de concretizar os objetivos a que se propôs. Através de uma pós-graduação em Agile é possível conhecer algumas propostas que permitem desenvolver as suas capacidades de liderança de equipas vencedoras.

Uma certificação Agile ajuda o interessado a adquirir competências necessárias para funções superiores. A conclusão de uma formação em Agile pode equivaler a uma progressão na carreira, a um salário mais alto. Na verdade, há muitas empresas que apostam nesta formação para os seus trabalhadores. Por isso, fale com a sua chefia e avalie fazer uma pós-graduação nesta área.

A pós-graduação em Agile Project Management da NOVA FCT

A pós-graduação em Agile Project Management, desenvolvida pela Nova School of Science & Technology, numa parceria com a Scopphu, uma consultora especializada em formação, mentoria, consultoria e agile people, tem como objetivo a partilha de conhecimentos das diversas práticas e ferramentas do Agile, a pensar em executivos, gestores de projeto, analistas de negócios, administradores de bases de dados, arquitetos de soluções e arquitetos empresariais, assim como project managers e team leaders.

Saiba mais sobre este formação aqui ou, se tiver mais questões, faça um pedido de contacto.

Ana Rodrigo Gonçalves
Head of Innovation for Corporate Development

Pós-graduação em Agile: qual o perfil ideal?

A metodologia Agile é um conjunto de práticas e competências utilizadas para planear, executar, monitorar e controlar os projetos de uma organização, sem nunca esquecer a comunicação quer dentro das equipas que estão a desenvolver os projetos, quer com o cliente que deve participar ativamente no mesmo.

Chama-se Agile, de “ágil”, porque se trata de uma abordagem iterativa de gestão que ajuda a potenciar todo o trabalho de maneira agilizada. Num mundo onde tudo é cada vez mais rápido, o Agile Project Management tornou-se fundamental para as empresas devido às suas características associadas à desenvoltura com que se gerem os projetos. Um dos segredos é fazê-lo através de ciclos curtos (sprints), que se adaptam à medida que vão sendo discutidos e onde é incluído o feedback de todos os envolvidos, mesmo o cliente, de modo a que o resultado final seja um sucesso.

A ideia surgiu no início dos anos 2000, nos EUA, e partiu de um grupo de quase duas dezenas de programadores que se juntou para pensar sobre a melhor forma de potenciar a entrega de desenvolvimento de software. Contudo, a sistematização que fizeram acabou por ser aplicada no campo da gestão de projetos em empresas de serviços financeiros, mas também nas de criação de produtos ou serviços.

Saber trabalhar em equipa

Pela própria definição do que é a metodologia e como é aplicada, é fácil perceber a importância de saber trabalhar em grupo, em equipa.

Ou seja, muitas vezes, não é preciso ter os profissionais mais experientes em Agile na equipa, mas sim ter gente que seja capaz de lidar com a ambiguidade e que seja amável. É preciso saber ser flexível e estar em constante diálogo porque estão todos a trabalhar no mesmo projeto e não estão a competir.

Artigo relacionado: Qual a importância do Agile Project Management para as empresas

A ambiguidade é importante porque obriga as equipas a concentrarem-se nos seus objetivos, dando prioridade a uma coisa de cada vez. Quanto à amabilidade esta é vista como o segredo do sucesso das equipas, uma vez que se tratam de grupos onde os elementos confiam uns nos outros, podem partilhar abertamente os seus pontos de vista, sem entrar em confronto, mas com empatia e estar em sintonia com o que diz o cliente.

Escolher equipas mistas

As equipas Agile não são de grande dimensão. Normalmente são grupos de meia dúzia de pessoas com diferentes backgrounds, formações em áreas que podem ir da filosofia à engenharia informática, o que permite que a equipa tenha profissionais mais generalistas e outras mais especialistas. Os primeiros, têm um espectro mais amplo de conhecimento, enquanto os segundos têm um conhecimento profundo em determinada área.

Saber ouvir o cliente

É importantíssimo ouvir e compreender qual é o desejo do cliente, qual é o produto que aquele quer desenvolver e ouvir de maneira empática. Face ao desafio proposto pelo cliente à equipa Agile, a resposta não é “sim, mas…”, pois o que deve ser dito ao cliente e sentido pela equipa é “sim, e…” numa atitude de disponibilidade para levar o projeto a bom porto.

O cliente deve servir de fonte de inspiração para a equipa, de forma a que esta consiga atingir três importantes objetivos: encontrar soluções mais económicas, partilhar com o cliente a responsabilidade de fazer bem e estar motivada, já que conhece bem o cliente e sabe com quem está a trabalhar.

Saber comunicar

É preciso compreender a equipa, o cliente e saber comunicar. Comunicar com todas as partes interessadas, mantê-las a par das atividades e do desenvolvimento do projeto. Contudo, para saber comunicar não é preciso que se seja uma pessoa expansiva e extrovertida. Na verdade, os introvertidos até podem são melhores ouvintes, já que dão palco às outras pessoas e, por isso, são melhores na escuta ativa e empática. No entanto, um extrovertido pode saber como impulsionar a equipa a trabalhar com energia.

Artigo relacionado: Pós-graduação em Agile: qual o perfil ideal?

Ter orgulho naquilo que se faz

As equipas Agile devem apropriar-se dos projetos dos seus clientes como se fossem seus. Há que ter orgulho desde o momento em que o projeto começa até ao resultado final. O orgulho é mais do que gostar daquilo que se faz, significa que a equipa se apropria, por exemplo, dos valores que aquele produto representa.

Fazer uma pós-graduação em Agile Project Management

Atualmente, existe uma minoria de empresas que não aplica esta prática no desenvolvimento dos seus projetos. Na apresentação da pós-graduação Agile Project Management, a Nova School of Science & Technology sublinha como esta abordagem revolucionou a gestão de projetos, desde os mais tradicionais, aos digitais e tecnológicos, já que, além da motivação das equipas e do trabalho apresentado, existe uma otimização dos recursos.

A pós-graduação em Agile Project Management da NOVA FCT, desenvolvida numa parceria com a Scopphu, consultora especializada em formação, mentoria, consultoria e agile people, tem como objetivo a partilha de conhecimentos das diversas práticas e ferramentas do Agile, a pensar em executivos, gestores de projeto, analistas de negócios, administradores de bases de dados, arquitetos de soluções e arquitetos empresariais, mas também em project managers e team leaders. O objetivo é que, além de entender como funciona esta metodologia, os interessados possam alterar o seu mindset em relação à mesma e, ao dominar as ferramentas do Agile, as possam aplicar quer em projetos tradicionais quer em inovadores.

Ana Rodrigo Gonçalves
Head of Innovation for Corporate Development

O que são FinTechs e qual o seu impacto no mercado financeiro?

A expressão “fintech” surge da junção das palavras “finanças” e “tecnologia”, na sua versão anglo-saxónica. Em termos práticos, são empresas que utilizam as tecnologias para criar novas soluções de produtos e serviços para o mercado financeiro, mas não só.

A revolução FinTech

As fintech são fruto da chamada quarta revolução industrial e que, como em tantas outras áreas, torna o modo como o cliente se relaciona com a empresa ou com um produto muito mais próxima e rápida. Um exemplo concreto: o ter acesso, a partir do smartphone a uma panóplia de serviços bancários, sem ser necessário ir ao balcão do seu banco e ficar preso a burocracias.

Mas as fintech podem oferecer muito mais do que os serviços que os bancos digitais propõem atualmente. Uma particularidade da revolução fintech é que permite a outros sectores, que não apenas o das finanças, oferecer produtos financeiros e a alargar a sua base de clientes, criando novas fontes de rendimentos.

Tal como aconteceu noutras áreas, a pandemia de covid-19 veio potenciar o desenvolvimento e oferta das fintech. Por isso, são consideradas uma força disruptiva. Depois de apenas uma semana de adaptação ao distanciamento social, quarentenas e confinamentos, o uso de aplicações fintech na Europa cresceu 72%, segundo dados da Accenture. De recordar, que na impossibilidade de as pessoas saírem de casa, muitas marcas e empresas foram obrigadas a adaptarem-se às transações online, por exemplo.

Artigo relacionado: Qual a importância da Blockchain e Crypto na economia global?

No entanto, o sector de tecnologia financeira vinha já a desenvolver-se num ritmo rápido, mesmo numa fase anterior à da pandemia, com o surgimento de áreas como a dos pagamentos e transferências móveis, a dos empréstimos online ou a das plataformas de seguros e de crowdfunding.

As fintech são um novo ramo da economia, de que fazem parte jovens empresas que propõem produtos e serviços ao mercado financeiro. Estas, por norma, são também empresas tecnológicas que desenvolvem produtos que permitem introduzir inovação com base tecnológica no sector financeiro, recorrendo a software que responde à procura de produtos do mercado financeiro.

Portanto, quando se refere que são jovens empresas isso não significa que sejam só start ups de tecnologias, mas também empresas com forte capacidade operacional, com presença no mercado internacional e com um portefólio abrangente de produtos que respondem não só às expectativas dos utilizadores, mas que antecipam essas mesmas expectativas.

Impacto das FinTechs no mercado

O impacto das fintechs no mercado financeiro é abrangente porque existem diferentes formas de chegar ao consumidor. Por exemplo, através de fintechs de pagamento. Estas surgiram para facilitar as transações de compra e venda e propõem alternativas aos tradicionais cartões de crédito ou mesmo a terminais de pagamentos.

Existem fintechs de crédito ou de empréstimos que oferecem juros inferiores aos propostos pelos bancos, estas fazem análise de crédito com base em soluções tecnológicas.

Também existem as que fazem controlo financeiro, por exemplo, através de uma aplicação no smartphone. Este é um equipamento que também pode ser utilizado para pôr o seu dinheiro a render através das fintechs vocacionadas para o investimento.

Com o surgimento das Bitcoins, apareceram também as fintechs que facilitam as transações dos investidores que apostam em criptomoeda.

Artigo relacionado: Conheça as últimas tendências blockchain: DEFI, NFT’s, DAO’s e Metaverso

Mas as fintechs também podem ajudar a desenvolver um negócio, por exemplo, através de plataformas de crowdfunding, onde quem quiser pode contribuir para a concretização de uma ideia, de um produto ou de uma marca.

Ou seja, as fintechs podem influenciar o mercado financeiro em diferentes áreas. Por exemplo, ao democratizar o acesso a serviços financeiros (que estão à distância de uma aplicação no telemóvel) e a estimular a concorrência e a inovação, criando oportunidades de produtos ou serviços, novas estratégias e canais de comercialização.

É ainda possível criar novas oportunidades de investimento através das fintechs, não só para as novas empresas que entram no mercado, mas também para as centenárias, como bancos e seguradoras. Aliás, estes estão cada vez mais atentos e muitos compram jovens empresas, enquanto outros patrocinam incubadoras de fintech para criar oportunidades de investimento.

As fintechs permitem ainda melhorar a supervisão financeira, otimizar o processo de gestão de risco e, em última instância, avaliar o impacto das novas tecnologias no mercado financeiro.

O Programa Fintech Innovation da NOVA FCT

A Nova School of Science & Technology oferece um programa para executivos com a duração de sete semanas. Chama-se Fintech Innovation. Neste, vai ser possível ter uma perceção das principais inovações na área das fintechs e quais os benefícios das tecnologias financeiras emergentes, numa ampla seleção de temas, do sistema bancário ao dos seguros, dos pagamentos globais às alternativas de empréstimo, passando pelo blockchain, entre outros.

O objetivo deste programa é que os interessados descubram formas de superar dificuldades na adoção das fintechs às suas empresas, bem como fazer a melhor gestão das mesmas. Para isso, a Nova School of Science & Technology reuniu um conjunto excecional de professores e de especialistas nas temáticas que vão ser abordadas, gente com conhecimento, com experiência e que lidera empresas bem-sucedidas e focadas na inovação.

Se pretender saber mais sobre este programa entre em contacto com a nossa equipa.

Ana Rodrigo Gonçalves
Head of Innovation for Corporate Development

© 2023 NOVA SCHOOL OF SCIENCE & TECHNOLOGY – Legal & Privacy | Powered by