Empreender, um estilo de vida?

Falar de empreendedorismo é, muitas vezes, reduzir o conceito a competências técnicas, a traços de personalidade ou a iniciativas empresariais. Esta visão, embora útil, é limitada. Partilho aqui uma visão pessoal, resultante da “vida real”: a de entender o ato de empreender como o da criação de caminhos e de possibilidades, uma forma de estar na vida que se traduz na capacidade de identificar problemas (quem não os tem, como fonte de inspiração?), estudar possíveis alternativas para os resolver e mobilizar recursos para agir e encontrar uma solução adequada, ainda que não seja perfeita. Trata-se de um comportamento proativo e voluntário, um impulso para transformar o que existe numa realidade melhor (ou, pelo menos, com essa intenção!). Neste sentido, será que o empreendedorismo pode ser visto como um “estilo de vida”, que se pode desenvolver e praticar, e vice-versa, no cruzamento entre a “escola da vida” e a “vida na escola”? Deixo a inquietação.

Assim sendo, nos dias de hoje, há que reconhecer e enaltecer esta atitude empreendedora, que antecede o dito comportamento, envolvendo curiosidade, iniciativa pessoal, resiliência e um “compromisso sério” com a aprendizagem contínua. O lifelong learning surge aqui como a base para este comportamento: quem aprende, continuamente, estará preparado para agir, adaptar-se e inovar. E continuar a agir. Claramente, este processo não é neutro, exige uma reflexão crítica, autoconhecimento, desenvolvimento de competências e literacia tecnológica, isto é, uma espécie de “tecnologia comportamental” que combina competências humanas com a capacidade de integrar e usar tecnologia de forma ética, criativa e eficaz.

Esta “forma de estar” manifesta-se em diferentes contextos: no empresarial, sendo o empreendedorismo entendido aqui na perspetiva da criação de negócios e projetos próprios ou no intraempreendedorismo, num conceito menos “famoso” mas deveras importante, enquanto a capacidade de se inovar dentro de organizações já existentes, com “empreendedores dentro de casa” e nas equipas de trabalho; e, também, no académico: na interação e na troca de experiências e de conteúdo entre professores e alunos, com a necessidade real da existência de “momentos de aprendizagem”, cocriados, com a transferência de conhecimento a ser feita de forma fluída e com impacto. E não apenas para cumprir calendários.

Neste enquadramento, torna-se urgente repensar a educação empreendedora. Não se trata apenas de preparar futuros empreendedores e empresários, mas antes de formar pessoas (cidadãos) com pensamento crítico, capacidade de ação e abertura à experiência e à aprendizagem. A Escola (em todos os seus níveis de ensino) deve ser um espaço no qual o empreendedorismo é vivido como prática quotidiana e não como disciplina. Só assim criaremos as condições para a existência de uma Sociedade mais inclusiva, participativa e orientada para soluções. Se eu soubesse o que sei hoje e ainda andasse no Jardim-Escola…

 

Rita Oliveira Pelica

Chief Energy Officer & Founder da ONYOU

A Nova Era da Transformação Legal: Criar Talento para um Futuro que Já Chegou

Vivemos um momento charneira na história do Direito. A emergência de tecnologias disruptivas , da inteligência artificial generativa (AGI) à computação quântica, passando pela automação de processos jurídicos e análise preditiva, não é apenas um desafio técnico. É, acima de tudo, um desafio humano. E esse desafio exige uma resposta clara e ousada da educação: como formamos hoje os profissionais que ainda não existem, mas que serão essenciais para salvaguardar o futuro da justiça e dos serviços legais?

A transformação digital no setor jurídico não é uma previsão. É uma realidade em curso. As grandes sociedades de advogados e departamentos jurídicos corporativos já experienciam a pressão de novos modelos de negócio, exigências de compliance em tempo real, e uma regulação cada vez mais sensível à velocidade da inovação. Ao mesmo tempo, o ecossistema LegalTech/GovTech cresce, atrai investimento, mas também levanta interrogações sérias sobre a robustez ética e técnica das soluções que propõe , sobretudo quando estas têm impacto direto no acesso à justiça e na forma como os serviços legais são prestados, validados ou escalados.

Neste cenário, o papel da formação executiva adquire uma relevância crítica. Se a educação académica tradicional cumpre, e continuará a cumprir, o seu papel na formação de base, a verdade é que o ritmo exponencial da mudança exige modelos de aprendizagem igualmente exponenciais, modulares, multidisciplinares e recorrentes. Não se trata apenas de aprender uma nova ferramenta. Trata-se de repensar a função jurídica e o papel de todos os agentes do sistema de justiça num mundo onde dados, algoritmos e princípios jurídicos coabitam no mesmo ecossistema operacional.

Foi com esta visão que nasceu o programa executivo Legal Tech Management and Innovation Strategy, uma parceria da NOVA FCT Executive Education com o Instituto Inovalegal. Mais do que um curso, é uma proposta estratégica: criar um espaço de capacitação onde líderes, juristas, tecnólogos, gestores públicos e privados possam não apenas acompanhar, mas liderar a transformação legal com consciência, visão e agilidade, respeitando tanto a complexidade dos serviços legais como a delicadeza das estruturas de justiça.

Este programa responde a um vazio de mercado real: o da ausência de formação avançada que prepare os decisores jurídico, em todo o ecossistema, para uma era em que os desafios não têm precedentes, e as soluções também não os podem ter. Da inteligência artificial à governança digital, da ética à gestão de talento, este curso propõe conteúdos desenhados para a atualidade e com flexibilidade para se adaptar continuamente. Cada edição será única, porque vivemos tempos que exigem singularidade e resposta contínua.

Mais do que isso, este modelo formativo propõe uma abordagem transversal: não serve apenas escritórios de advogados e departamentos jurídicos empresariais, mas também as estruturas públicas e todos os cargos de gestão e chefia do sistema de justiça em sentido amplo, incluindo magistratura, notariado, conservatórias, reguladores e organismos que operam na primeira linha do acesso à justiça. Porque a

transformação jurídica é sistémica e, se queremos resultados sustentáveis, a capacitação também o deve ser.

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa, ao integrar este programa na sua Escola de Executivos, reforça o seu compromisso com a inovação aplicada, abrindo o Direito às linguagens e ferramentas da ciência e da tecnologia, e contribuindo assim para uma justiça mais preparada, mais humana e mais eficaz e para serviços legais mais responsivos, confiáveis e tecnicamente sólidos.

Num tempo em que tudo muda com rapidez, o verdadeiro desafio não é apenas tecnológico, é pedagógico, ético e estratégico. E para o enfrentar, precisamos de investir no talento. No talento que existe, que representa um legado a proteger e, sobretudo, no talento que ainda está por criar e que representa uma oportunidade real para todos independente da fase da carreira onde se encontrem.

“Direito, hoje – e com que sentido?”

Esta pergunta, lançada pelo Professor José Alberto dos Reis Castanheira Neves, marcou-me profundamente quando a li pela primeira vez, ainda aluna.

Mais de vinte anos depois, percebo com nitidez: o que antes era uma reflexão necessária, hoje é uma urgência vital.

 

Marisa Monteiro Borsboom

Promotora e Coordenadora do Programa Legal Tech Management and Innovation Strategy – NOVA FCT Executive Education,

Advogada, Fundadora do Instituto Inovalegal, Co-Presidente da APLT, Co-fundadora da AI2L e VP da European Legal Tech Association

Nova FCT e Abreu Advogados lançam curso “DataScience for Lawyers”

A NOVA School of Science & Technology (NOVA FCT), através da Escola de Executivos da NOVA FCT, e o Instituto de Conhecimento da Abreu Advogados acabam de lançar o curso “DataScience for Lawyers”. A formação alia ciência de dados ao setor jurídico, respondendo à crescente necessidade de competências tecnológicas no mundo do Direito. O lançamento do curso tem vindo a despertar a atenção da imprensa e de profissionais das áreas jurídica e tecnológica.

A iniciativa tem sido alvo de destaque na imprensa especializada. Apresentam-se, a seguir, algumas das publicações que a referenciam.

 

Revista ADVOCATUS:

“NOVA School of Science & Technology (NOVA FCT) e o Instituto de Conhecimento da Abreu Advogados acabam de lançar o novo curso “DataScience for Lawyers”, uma formação inovadora concebida para equipar profissionais do Direito com competências avançadas em ciência de dados, estatística e análise quantitativa.

O curso visa fomentar a inovação e a otimização de processos legais através da integração de técnicas de machine learning, análise de big data e visualização de dados, alinhadas às necessidades contemporâneas do setor jurídico, capacitando os participantes a melhorar a eficiência na gestão de processos e a basear decisões estratégicas em evidências quantificáveis, reduzindo incertezas e mitigando riscos.”

Artigo de Filipa Ambrósio de Sousa em 21 julho de 2025.

Consulte o texto na íntegra neste Link

 

Revista Mais Superior:

NOVA FCT e Abreu Advogados lançam “DataScience for Lawyers”

Visando fomentar a inovação e otimizar processos legais, mediante a integração de técnicas de Machine Learning e Análise de Big Data — alinhadas às necessidades contemporâneas do setor —, a NOVA School of Science & Technology (NOVA FCT) e o Instituto de Conhecimento da Abreu Advogados acabam — agora — de anunciar o “DataScience for Lawyers” — uma formação, que pretende capacitar profissionais de Direito e desenvolver competências avançadas em Ciência de Dados ou Estatística.

As inscrições encontram-se disponíveis online. “

Artigo de Bárbara Ferradosa em 24 de julho de 2025

Consulte o texto na íntegra neste Link

 

 

LegalTech e GovTech: Uma convergência fundamental para o futuro da Justiça

“É absolutamente indiscutível que o crescimento alinhado entre LegalTech e GovTech representa uma oportunidade histórica para criar um ecossistema de inovação.”

A transformação digital do setor público enfrenta desafios cada vez mais complexos. Numa realidade onde os cidadãos exigem serviços mais simples, rápidos e integrados, o paradigma tradicional de informação compartimentada já não se ajusta às necessidades de uma sociedade que necessita de serviços que comuniquem entre si de forma proativa e que sejam mais eficientes.

Simultaneamente, o setor público ainda se caracteriza por uma força de trabalho envelhecida, competências limitadas em áreas como inteligência artificial e ciência de dados, e uma incapacidade em competir com o setor privado na atração de talento. A transformação necessita, pois, de uma forte colaboração entre iniciativa privada, academia e especialistas de diversas áreas.

Esta necessidade torna-se particularmente relevante na área da Justiça, onde a complexidade dos processos e a multiplicidade de intervenientes criam desafios, mas também oportunidades únicas para uma inovação mais colaborativa.

Artigo de opinião Pedro Tavares, Consultor Sénior em Governação e Políticas Digitais e antigo Secretário de Estado da Justiça de Portugal, publicado no Advocatus em 21 julho de 2025.
Consulte o texto na íntegra neste link

 

Pedro Tavares

Consultor Sénior em Governação e Políticas Digitais e antigo Secretário de Estado da Justiça de Portugal

Dessalinização– atividade emergente da economia azul– oportunidades e desafios

Água é vida – fonte de desenvolvimento sustentável e de prosperidade. Porém a sua disponibilidade e distribuição é notavelmente desigual. Em algumas regiões, a água abunda e é utilizada de forma insustentável – como se não tivesse qualquer valor. Em outras regiões, a sua escassez é atroz para pessoas e comunidades, tendo a capacidade de gerar conflitos e de promover migrações.

A possibilidade de produzir água doce a partir de água do mar, água salobra ou águas residuais – processo conhecido como dessalinização – constitui uma das possíveis ações para enfrentar o desafio da escassez de água e da (in)segurança hídrica.

A dessalinização é atualmente considerada uma atividade emergente da economia azul, em paralelo com a biotecnologia azul e as energias renováveis oceânicas.

Importa sublinhar, que o recurso à dessalinização deve ser considerado, depois de avaliadas todas as outras possibilidades, incluindo a correta gestão dos sistemas de armazenamento e distribuição de água, assim como a análise e identificação das respetivas perdas.

Não menos importante, é prioritário investir a montante e de forma preventiva, promovendo a economia circular – eliminando o lixo e a poluição; circulando produtos e materiais até ao máximo do seu limite; e regenerando a natureza. Particularizando para a situação de escassez da água, é fundamental – em qualquer caso e de forma permanente e consistente – investir na alteração de comportamentos e na utilização sustentável da água, através da consciencialização das pessoas e da regulação do seu uso, mesmo que em simultâneo com qualquer solução de engenharia e de infraestruturas.

 

O presente artigo, da autoria de Álvaro Sardinha – fundador e diretor do Centro de Competência em Economia Azul (C2EA) – foi elaborado em março 2025, no âmbito do projeto de avaliação defendido na unidade curricular Tourism and Sustainable Water Use Supply, Demand, and Security, da pós-graduação Sustainable Strategies for Tourism Hospitality, realizada pela NOVA Executive Education – Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT-UNL). Os conteúdos apresentados são também enquadrados e desenvolvidos, nos vários módulos do Programa de Liderança e Especialização em Economia Azul (PLEA), realizado pelo C2EA.

 

Álvaro Sardinha

Fundador e CEO – Centro de Competência em Economia Azul (C2EA)

Gestão Lean e Estratégia Empresarial: Uma Nova Visão para Líderes do Futuro

Num mundo empresarial cada vez mais competitivo e volátil, a capacidade de adaptação e eficiência tornou-se uma das competências mais valorizadas nas organizações. Neste contexto, a integração entre a Gestão Lean e a Estratégia Empresarial revela-se essencial para formar líderes preparados para enfrentar os desafios do presente e do futuro.

A filosofia Lean, originária do Toyota Production Sistem, baseia-se na eliminação de desperdícios, melhoria contínua e foco no valor percebido pelo cliente. Aplicada inicialmente na indústria automóvel, a sua eficácia rapidamente se estendeu a outros sectores como os serviços, saúde, tecnologia e educação. Hoje, o Lean é mais do que uma metodologia operacional: é uma mentalidade estratégica.

Quando aliada à formulação e execução de estratégias empresariais, a Gestão Lean permite às organizações alinhar os seus objetivos de longo prazo com uma execução eficiente e flexível. Em vez de estratégias rígidas e de difícil implementação, o Lean promove decisões baseadas em dados, ciclos curtos de planeamento e uma cultura de aprendizagem constante. Esta abordagem não só aumenta a produtividade como potencia a inovação e o envolvimento das equipas.

A Pós-Graduação em Lean Management e Estratégia Empresarial surge como resposta à necessidade crescente de profissionais capazes de pensar estrategicamente e agir com agilidade. Estas formações preparam líderes que compreendem as dinâmicas dos mercados globais, dominam ferramentas de gestão Lean e sabem traduzir visões estratégicas em resultados concretos.

Além disso, o novo perfil de liderança exigido pelas organizações valoriza competências como pensamento sistémico, tomada de decisão baseada em evidências e capacidade de liderar mudanças. O líder do futuro não é apenas um gestor de processos, mas um facilitador de pessoas e inovação, alguém que inspira equipas a trabalhar de forma colaborativa e eficiente, sempre orientado para o cliente.

Investir numa formação que combina Lean Management com Estratégia Empresarial é, por isso, investir num futuro mais competitivo, sustentável e orientado para resultados. Trata-se de uma nova visão sobre a liderança, onde eficiência e estratégia caminham lado a lado.

 

Helena Navas

Professora da NOVA FCT

Investigadora do UNIDEMI

In-Nova entre as melhores Júnior Empresas da Europa

A In-Nova, Júnior Empresa da NOVA FCT, está entre as finalistas do prémio “Most Promising Junior Enterprise” nos Excellence Awards da JE Europe. Este reconhecimento destaca a organização como uma das melhores do continente, evidenciando o seu compromisso com a inovação e o empreendedorismo.

Entre os dias 6 e 9 de março, a equipa da In-Nova estará em Bruxelas para a JE Europe Winter Conference, evento que reúne as Júnior Empresas mais promissoras da Europa. Durante a cerimónia, a In-Nova competirá pelo título, reforçando o impacto do seu trabalho e a qualidade dos seus projetos.

Este resultado é fruto da dedicação, empenho e espírito de equipa de todos os membros da In-Nova. A distinção reflete o esforço constante para alcançar a excelência e contribuir para um ecossistema académico e empresarial mais dinâmico e inovador.

Fonte: NOVA FCT

Lean Six Sigma: Eficiência, Qualidade e Ensino Baseado na Ciência para o Sucesso Empresarial

A metodologia Lean tem sido amplamente promovida como um caminho para a eficiência, redução de desperdícios e melhoria contínua. Contudo, à medida que as empresas enfrentam um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico e competitivo, a combinação do Lean com o Six Sigma – dando origem ao Lean Six Sigma (LSS) – tem-se mostrado uma abordagem ainda mais eficaz.

Existem algumas universidades que surgem com formação precisamente neste contexto, proporcionando programas que não se limitam a ensinar técnicas de otimização de processos, mas que desafia os alunos a repensar a cultura organizacional. O verdadeiro valor do Lean está na sua capacidade de alinhar processos, pessoas e tecnologia com um propósito claro de geração de valor para o cliente – algo essencial numa economia onde a agilidade e a inovação são determinantes para o sucesso.

Nas melhores universidades, onde a ciência é um tema sério e o ensino é suportado por metodologias científicas, os programas de ensino devem garantir que os alunos desenvolvem um pensamento crítico e analítico, preparando-se para enfrentar desafios empresariais com base em dados concretos e processos estruturados.

 

Lean: A Eficiência como Pilar do Sucesso Profissional

O Lean, originado no Toyota Production System e possivelmente inspirado nos princípios produtivos de Henry Ford, tem como objetivo eliminar desperdícios e aumentar a eficiência. Para isso, foca-se na identificação e redução dos sete desperdícios mortais, que incluem:

  • Superprodução: Produzir além da demanda, resultando em excesso de inventário.
  • Espera: Atrasos entre etapas do processo ou aguardando materiais e equipamentos.
  • Transporte: Movimentação excessiva de materiais, aumentando o risco de danos.
  • Processamento excessivo: Etapas desnecessárias que não agregam valor ao produto.
  • Inventário: Estoque excessivo que pode levar a desperdícios.
  • Movimentação desnecessária: Deslocamentos inúteis de pessoas ou equipamentos.
  • Defeitos: Produtos ou serviços que não atendem aos padrões de qualidade.

 

Além destes, reconhece-se um oitavo desperdício fundamental: potencial humano não aproveitado, um erro comum em muitas organizações que não utilizam plenamente as competências dos seus profissionais.

Apesar de muitas empresas implementarem ferramentas Lean – como o Kaizen, 5S ou Value Stream Mapping – sem uma verdadeira mudança cultural, a formação oferecida pela Executive Education da NOVA FCT e pela The Lean Six Sigma Company Portugal procura evitar esse erro. Através de um formato b-learning, o programa combina teoria e prática, preparando profissionais e alunos para liderar processos de transformação com um pensamento sistémico e um compromisso contínuo com a melhoria.

 

Six Sigma: Redução da Variabilidade e Ensino Baseado em Ciência

Enquanto o Lean se foca na eficiência, o Six Sigma tem como principal objetivo minimizar defeitos e reduzir a variabilidade nos processos. Para isso, utiliza a abordagem DMAIC:

  1. Definir: Identificar claramente o problema ou oportunidade de melhoria.
  2. Medir: Coletar dados relevantes sobre o processo atual.
  3. Analisar: Examinar os dados para identificar as causas raiz dos problemas.
  4. Melhorar (Improve): Desenvolver e implementar soluções eficazes.
  5. Controlar: Monitorar o processo para garantir que as melhorias sejam sustentáveis.

 

A certificação Six Sigma segue uma estrutura semelhante às faixas nas artes marciais, variando de White Belt a Black Belt. Profissionais formados nesta metodologia tornam-se especialistas na análise e otimização de processos, garantindo qualidade e consistência na produção.

Assim como no ensino universitário, onde a metodologia científica orienta a aprendizagem e a resolução de problemas, o Six Sigma apoia-se em dados concretos para garantir que as decisões são tomadas com base na realidade e não apenas em perceções ou experiências individuais.

 

Lean Six Sigma: A Melhor Estratégia para o Sucesso

A combinação das duas metodologias dá origem ao Lean Six Sigma, que integra os princípios de eficiência do Lean com a abordagem analítica do Six Sigma. No entanto, para que esta implementação seja bem-sucedida, é essencial encontrar um equilíbrio entre os dois. Focar apenas na velocidade pode comprometer a qualidade, enquanto priorizar exclusivamente a eliminação de defeitos pode reduzir a eficiência.

Com o avanço da Indústria 4.0, a aplicação do Lean Six Sigma torna-se ainda mais relevante. Muitas organizações estão a digitalizar os seus processos sem uma visão estruturada, investindo em tecnologia sem garantir que ela realmente melhora a eficiência e qualidade. O Lean Six Sigma, quando bem aplicado, atua como um guia estratégico para a transformação digital, evitando investimentos mal direcionados e garantindo que a tecnologia seja utilizada de forma inteligente e eficaz.

 

O Lean Six Sigma como Diferencial Competitivo para Profissionais e Alunos

Num mercado onde a eficiência e qualidade já não são diferenciais, mas sim exigências básicas, o verdadeiro valor do Lean Six Sigma está na sua capacidade de fomentar inovação e adaptabilidade. Empresas que adotam esta abordagem com sucesso tornam-se mais resilientes, ágeis e capazes de responder rapidamente às mudanças do mercado.

Qualquer formação nesta área deve refletir esta necessidade, formando profissionais e alunos que não apenas dominam as metodologias Lean e Six Sigma, mas que compreendem como transformar a excelência operacional numa vantagem competitiva sustentável.

A questão não é se uma empresa deve ou não adotar Lean Six Sigma. A verdadeira questão é: consegue uma empresa sobreviver sem ele no longo prazo?

 

Orlando Fontan

Head of Strategy & Innovation

NOVA FCT – EXECUTIVE EDUCATION

3D Printing Center for Health da NOVA FCT conquista o NOVA Research Impact Narratives & Award

Cláudia Quaresma, professora e investigadora no Departamento de Física da NOVA FCT, bem como Coordenadora do curso 3D Printing for Healthcare da NOVA FCT Executive Education, lidera o 3D Printing Center for Health, que foi recentemente um dos vencedores do prémio NOVA Research Impact Narratives & Award na categoria “Responsabilidade Social”.

Este centro sem fins lucrativos foi fundado por uma equipa de investigadores, professores e engenheiros dos centros de investigação LIBPhys e UNIDEMI, em parceria com o FCT FabLab (Powered by US Embassy), com o objetivo de desenvolver dispositivos médicos inovadores, produzidos por impressão 3D e direcionados para a área da saúde. Entre os dispositivos criados estão próteses, ortóteses e dispositivos de apoio personalizados, todos concebidos para melhorar de forma significativa a mobilidade e a qualidade de vida.

Estes dispositivos sob medida proporcionam uma adaptação perfeita às necessidades de pessoas com limitações motoras, favorecendo uma recuperação mais eficaz durante o seu processo de reabilitação.

O trabalho realizado por este centro reflete um forte compromisso com a responsabilidade social, ao não apenas inovar na área da saúde, mas também tornar as tecnologias de ponta acessíveis a um maior número de pessoas.

Ao utilizar a impressão 3D, o centro supera as limitações dos métodos tradicionais de fabricação de dispositivos médicos, oferecendo soluções mais rápidas, eficientes e acessíveis, que podem transformar a vida de muitos pacientes.

Fonte: NOVA FCT

O Papel do Agile na Era da Transformação Digital… e não só.

“O maior impacto potencial vem do aperfeiçoamento da capacidade de selecionar os recursos mais valiosos, com base em ciclos de feedback.”

Gartner® Hype Cycle for Agile and DevOps, 2024

Vivemos num período de mudanças muito rápidas, em que a transformação digital deixou de ser uma opção para se tornar uma exigência. Empresas e organizações de todos os setores enfrentam o desafio de se adaptar rapidamente às novas tecnologias e às sempre crescentes expectativas dos clientes. Neste contexto, as metodologias Agile assumem um papel crucial, ao possibilitarem respostas rápidas e eficazes. Mas até que ponto estamos preparados para aproveitar este potencial?

Adotar o Agile vai muito além de implementar ferramentas tecnológicas ou de seguir um conjunto de práticas, como sprints ou retrospetivas. Trata-se de uma transformação cultural que exige uma constante colaboração, autonomia e um foco inabalável no valor entregue ao cliente. Entre nós, embora haja um interesse crescente na metodologia Agile, a mudança ainda é, em muitos casos, limitada por hierarquias tradicionais e o receio de alterar processos estabelecidos. Mas o que é uma limitação para as organizações é uma oportunidade para quem nelas trabalha, quer sendo um dos primeiros a adotar, quer desempenhando o imprescindível papel de catalisador da mudança.

As metodologias Agile não se aplicam exclusivamente ao setor tecnológico. Sectores como saúde, educação e administração pública têm beneficiado crescentemente da sua implementação, com impactos significativos na sua eficácia e na qualidade dos serviços prestados. E a verdade é que, se isso é verdade, também é verdade que todos os setores têm tido avanços tecnológicos assombrosos, beneficiando assim duplamente da adoção das metodologias Agile.

O Agile está, ele próprio, em constante mudança e evolução. As suas ideias centrais são flexíveis e adaptáveis, moldando-se às necessidades de diferentes culturas organizacionais, setores e objetivos estratégicos. Estes exemplos de sucesso global ajudam a ilustrar esse ponto:

  • A Tesla, uma das empresas mais bem-sucedidas do mundo, tem adotado estas ideias, experimentando com elas para desenvolver a sua própria forma de usar o Agile. É, assumidamente, um dos ingredientes fundamentais do seu sucesso.
  • Na BMW, foi desenvolvida uma perspetiva de como se pode escalar o Agile e usá-lo para realizar uma transformação global da companhia de modo a acompanhar a evolução tecnológica e agilizar os processos. Sem preconceitos, sem ideias pré-definidas, num processo de aprendizagem e mudança contínua – e, como é frisado no artigo, “para sempre”.

Estes são casos muito recentes que demonstram o interesse no Agile numa escala global, mas o percurso tem vindo a construir-se ao longo do século XXI, com muito interesse por parte de empresas de renome, como a IBM, a Cisco ou a PwC, que publicam regularmente estudos e casos de sucesso em Agile. A Microsoft dedica páginas suas a explicar o que são estas metodologias, criando tecnologias que a suportam e que vão evoluindo com elas. A Google adotou as metodologias Agile para desafiar a sua cultura, promover transparência e eficiência, num processo que promove a transformação numa empresa que é ela mesmo um símbolo de transformação.

Como estas organizações compreenderam, face aos desafios que hoje se nos colocam, é imperativo promover programas que capacitem profissionais a compreenderem os princípios do Agile, a forma de pensar e agir que o suporta, procurando não apenas ensinar as técnicas e ferramentas, mas também cultivar uma mentalidade ágil, focada na adaptação, na inovação e na entrega de valor.

O Agile é mais do que uma metodologia, é uma abordagem transformadora que redefine a forma como inovamos, colaboramos e entregamos resultados.

André Carreiro
Diretor de Desenvolvimento Aplicacional, Consultor, Formador e Docente Universitário

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