3D Printing Center for Health da NOVA FCT conquista o NOVA Research Impact Narratives & Award

Cláudia Quaresma, professora e investigadora no Departamento de Física da NOVA FCT, bem como Coordenadora do curso 3D Printing for Healthcare da NOVA FCT Executive Education, lidera o 3D Printing Center for Health, que foi recentemente um dos vencedores do prémio NOVA Research Impact Narratives & Award na categoria “Responsabilidade Social”.

Este centro sem fins lucrativos foi fundado por uma equipa de investigadores, professores e engenheiros dos centros de investigação LIBPhys e UNIDEMI, em parceria com o FCT FabLab (Powered by US Embassy), com o objetivo de desenvolver dispositivos médicos inovadores, produzidos por impressão 3D e direcionados para a área da saúde. Entre os dispositivos criados estão próteses, ortóteses e dispositivos de apoio personalizados, todos concebidos para melhorar de forma significativa a mobilidade e a qualidade de vida.

Estes dispositivos sob medida proporcionam uma adaptação perfeita às necessidades de pessoas com limitações motoras, favorecendo uma recuperação mais eficaz durante o seu processo de reabilitação.

O trabalho realizado por este centro reflete um forte compromisso com a responsabilidade social, ao não apenas inovar na área da saúde, mas também tornar as tecnologias de ponta acessíveis a um maior número de pessoas.

Ao utilizar a impressão 3D, o centro supera as limitações dos métodos tradicionais de fabricação de dispositivos médicos, oferecendo soluções mais rápidas, eficientes e acessíveis, que podem transformar a vida de muitos pacientes.

Fonte: NOVA FCT

O Papel do Agile na Era da Transformação Digital… e não só.

“O maior impacto potencial vem do aperfeiçoamento da capacidade de selecionar os recursos mais valiosos, com base em ciclos de feedback.”

Gartner® Hype Cycle for Agile and DevOps, 2024

Vivemos num período de mudanças muito rápidas, em que a transformação digital deixou de ser uma opção para se tornar uma exigência. Empresas e organizações de todos os setores enfrentam o desafio de se adaptar rapidamente às novas tecnologias e às sempre crescentes expectativas dos clientes. Neste contexto, as metodologias Agile assumem um papel crucial, ao possibilitarem respostas rápidas e eficazes. Mas até que ponto estamos preparados para aproveitar este potencial?

Adotar o Agile vai muito além de implementar ferramentas tecnológicas ou de seguir um conjunto de práticas, como sprints ou retrospetivas. Trata-se de uma transformação cultural que exige uma constante colaboração, autonomia e um foco inabalável no valor entregue ao cliente. Entre nós, embora haja um interesse crescente na metodologia Agile, a mudança ainda é, em muitos casos, limitada por hierarquias tradicionais e o receio de alterar processos estabelecidos. Mas o que é uma limitação para as organizações é uma oportunidade para quem nelas trabalha, quer sendo um dos primeiros a adotar, quer desempenhando o imprescindível papel de catalisador da mudança.

As metodologias Agile não se aplicam exclusivamente ao setor tecnológico. Sectores como saúde, educação e administração pública têm beneficiado crescentemente da sua implementação, com impactos significativos na sua eficácia e na qualidade dos serviços prestados. E a verdade é que, se isso é verdade, também é verdade que todos os setores têm tido avanços tecnológicos assombrosos, beneficiando assim duplamente da adoção das metodologias Agile.

O Agile está, ele próprio, em constante mudança e evolução. As suas ideias centrais são flexíveis e adaptáveis, moldando-se às necessidades de diferentes culturas organizacionais, setores e objetivos estratégicos. Estes exemplos de sucesso global ajudam a ilustrar esse ponto:

  • A Tesla, uma das empresas mais bem-sucedidas do mundo, tem adotado estas ideias, experimentando com elas para desenvolver a sua própria forma de usar o Agile. É, assumidamente, um dos ingredientes fundamentais do seu sucesso.
  • Na BMW, foi desenvolvida uma perspetiva de como se pode escalar o Agile e usá-lo para realizar uma transformação global da companhia de modo a acompanhar a evolução tecnológica e agilizar os processos. Sem preconceitos, sem ideias pré-definidas, num processo de aprendizagem e mudança contínua – e, como é frisado no artigo, “para sempre”.

Estes são casos muito recentes que demonstram o interesse no Agile numa escala global, mas o percurso tem vindo a construir-se ao longo do século XXI, com muito interesse por parte de empresas de renome, como a IBM, a Cisco ou a PwC, que publicam regularmente estudos e casos de sucesso em Agile. A Microsoft dedica páginas suas a explicar o que são estas metodologias, criando tecnologias que a suportam e que vão evoluindo com elas. A Google adotou as metodologias Agile para desafiar a sua cultura, promover transparência e eficiência, num processo que promove a transformação numa empresa que é ela mesmo um símbolo de transformação.

Como estas organizações compreenderam, face aos desafios que hoje se nos colocam, é imperativo promover programas que capacitem profissionais a compreenderem os princípios do Agile, a forma de pensar e agir que o suporta, procurando não apenas ensinar as técnicas e ferramentas, mas também cultivar uma mentalidade ágil, focada na adaptação, na inovação e na entrega de valor.

O Agile é mais do que uma metodologia, é uma abordagem transformadora que redefine a forma como inovamos, colaboramos e entregamos resultados.

André Carreiro
Diretor de Desenvolvimento Aplicacional, Consultor, Formador e Docente Universitário

“Um bom gestor tem de estar consciente de todos os desafios, mesmo que não esteja propriamente consciente da solução“

Lançada este ano pela Universidade Nova, a pós-graduação “Leading Tourism & Hospitality” pretende olhar para os grandes desafios que o turismo enfrenta. O objetivo, diz Eurico Cabrita, professor e cientista químico, e coordenador desta pós-graduação, é “encontrar as melhores práticas para minimizar os efeitos” num tempo marcado pela incerteza.

Para ler na Publituris

O Poder Transformador da Ciência de Dados na Sociedade Atual

A Ciência de Dados está a transformar o mundo como o conhecemos. Desde a personalização de campanhas publicitárias até à previsão de epidemias, o impacto desta disciplina transcende o universo tecnológico, influenciando diretamente decisões sociais, económicas e até políticas. Mas será que estamos a tirar o máximo aproveitamento do seu potencial?

Como devemos observar?

A era dos dados começou de forma discreta, mas hoje os números são a base das maiores decisões estratégicas. Segundo a IDC, o volume de dados gerados globalmente duplicará até 2025 (Reinsel, Gantz & Rydning, 2018). Neste contexto, a Ciência de Dados emerge como a chave para navegar neste oceano de informação. A capacidade de transformar dados em insights acionáveis é um dos principais motores da inovação.

Um exemplo claro surge no setor da saúde. Algoritmos de aprendizagem automática estão a ser utilizados para prever surtos de doenças, enquanto técnicas de análise preditiva ajudam hospitais a optimizar os seus recursos. Durante a pandemia de COVID-19, o processamento de dados em larga escala permitiu identificar tendências de propagação do vírus e antecipar necessidades de ventiladores e camas de cuidados intensivos (Haleem, Javaid & Singh, 2020). Estas aplicações salvaram vidas e evidenciaram como a Ciência de Dados pode ser um aliado poderoso em emergências globais.

No setor financeiro, a análise de dados está a revolucionar o combate à fraude. Sistemas baseados em inteligência artificial monitorizam milhões de transações em tempo real, detetando padrões de atividade suspeita que escapariam ao controlo humano (LeCun, Bengio & Hinton, 2015). Além disso, as empresas estão a utilizar a Ciência de Dados para compreender melhor o comportamento dos clientes, promovendo serviços personalizados que aumentam a fidelização e melhoram a experiência do utilizador.

A indústria transformadora também está a beneficiar significativamente. Empresas de manufatura estão a implementar modelos preditivos para manutenção preventiva de máquinas, reduzindo custos operacionais e aumentando a eficiência. Um exemplo é o setor automóvel, onde a análise de grandes volumes de dados recolhidos de sensores nos veículos permite prever falhas mecânicas e melhorar continuamente o design e a segurança (Manyika et al., 2011).

No entanto, a integração da Ciência de Dados na sociedade enfrenta desafios éticos e práticos. A privacidade é um dos temas mais relevantes. Escândalos recentes, como o caso da Cambridge Analytica, evidenciam o perigo de uma má utilização de dados, expondo fragilidades na forma como são recolhidos, armazenados e tratados (Cadwalladr & Graham-Harrison, 2018). Este cenário levanta questões urgentes: como podemos equilibrar inovação e privacidade? Será justo que os dados de um indivíduo sejam comercializados sem o seu consentimento explícito?

Outro obstáculo significativo é a desigualdade no acesso. Os países em desenvolvimento frequentemente carecem de infraestruturas e profissionais qualificados para beneficiarem desta revolução. A ausência de programas educacionais focados em literacia digital e Ciência de Dados agrava ainda mais esta lacuna. Sem uma ação coordenada e inclusiva, corremos o risco de perpetuar ou mesmo aumentar as desigualdades sociais e económicas entre nações e comunidades.

Para além disso, o mercado de trabalho também enfrenta desafios. A procura por cientistas de dados supera em muito a oferta, levando a um défice de talento que pode limitar a capacidade de inovação de muitas organizações (Davenport & Patil, 2012). Será necessário investir em formação especializada, bem como fomentar uma cultura de aprendizagem contínua, para preparar as próximas gerações de profissionais para o futuro.

O que podemos concluir?

A Ciência de Dados é, sem dúvida, um dos principais motores da transformação digital e social do século XXI. Com o seu potencial para resolver problemas complexos e promover avanços em diversas áreas, é uma ferramenta essencial para enfrentar os desafios do nosso tempo. Contudo, o seu impacto positivo só será plenamente alcançado se for utilizada de forma ética e inclusiva.

Governos, empresas e cidadãos têm um papel crucial na criação de um ecossistema que promova a transparência e a igualdade. As instituições governamentais devem reforçar regulamentações sobre privacidade e proteção de dados, garantindo que os direitos dos indivíduos são salvaguardados. As empresas precisam de adotar práticas responsáveis na recolha e utilização de dados, priorizando a confiança dos seus clientes. Já os cidadãos devem ser capacitados para compreender os seus direitos e participar ativamente no debate sobre o uso de dados.

Para além disso, a colaboração internacional será fundamental para democratizar o acesso à Ciência de Dados. É urgente investir em infraestruturas e programas educativos que permitam aos países em desenvolvimento acompanhar esta revolução tecnológica. Apenas através de uma abordagem global e coordenada será possível garantir que os benefícios da Ciência de Dados sejam partilhados de forma equitativa.

A questão não é apenas o que a Ciência de Dados pode fazer, mas como podemos garantir que beneficie a sociedade como um todo. Num futuro moldado pelos dados, cada decisão que tomamos hoje definirá o caminho que queremos seguir. Estamos dispostos a assumir a responsabilidade e a trabalhar em conjunto para criar um mundo mais justo e inovador?

 

Referências

Cadwalladr, C., & Graham-Harrison, E. (2018). Revealed: 50 million Facebook profiles harvested for Cambridge Analytica in major data breach. The Guardian. Retrieved from https://www.theguardian.com

Davenport, T. H., & Patil, D. J. (2012). Data Scientist: The Sexiest Job of the 21st Century. Harvard Business Review, 90(10), 70–76.

Haleem, A., Javaid, M., & Singh, R. P. (2020). Big Data Analytics for COVID-19 pandemic: A review. International Journal of Engineering Research and Technology, 13(6), 3194–3199.

LeCun, Y., Bengio, Y., & Hinton, G. (2015). Deep learning. Nature, 521(7553), 436–444.

Manyika, J., Chui, M., Brown, B., Bughin, J., Dobbs, R., Roxburgh, C., & Byers, A. H. (2011). Big data: The next frontier for innovation, competition, and productivity. McKinsey Global Institute.

Reinsel, D., Gantz, J., & Rydning, J. (2018). The digitization of the world: From edge to core. IDC White Paper.

Orlando Fontan, Head of Head of Strategy & Innovation – NOVA FCT Executive Education

Além da Eficiência: Lean Como Cultura Organizacional

A filosofia Lean, originada no Sistema Toyota de Produção, tornou-se uma abordagem essencial para empresas que procuram eficiência e competitividade. Com foco na eliminação de desperdícios e na melhoria contínua, o Lean oferece um caminho claro para a excelência operacional. Com o Lean foca-se em diversas perspetivas, incluindo eficiência, produtividade, qualidade e inovação.

Lean é uma forma de pensar em criar o valor necessário com menos recursos e menos desperdício. Lean é também uma prática que consiste em experimentação contínua para alcançar o valor perfeito com zero desperdício. O pensamento e a prática Lean ocorrem em conjunto.

O pensamento Lean começa sempre com o cliente. O que valoriza o cliente? Ou, formulado de forma diferente e que convida à ação concreta, que problema precisa o cliente resolver?

A prática Lean inicia-se com o trabalho — as ações que criam valor para o cliente, direta ou indiretamente — e as pessoas que realizam essa função. Por meio de experimentação contínua, colaboradores e gestores aprendem a inovar nas suas ações, físicas ou intelectuais, de forma a obter cada vez mais qualidade e fluidez, menos tempo e esforço, e menor custo. Assim, uma organização caracterizada pela prática Lean é altamente adaptada ao seu ambiente que por vezes está em constante mudança, em comparação com os seus pares, devido à aprendizagem sistemática e contínua fomentada pelo pensamento e prática Lean.

Uma organização Lean deve organiza-se para continuar a compreender o cliente e o seu contexto, ou seja, especificando o valor e procurar melhores formas de o fornecer:

– através do desenvolvimento de produtos e processos,

– durante o cumprimento, desde a encomenda através da produção até à entrega, e

– através do ciclo de utilização do produto e/ou serviço, desde a entrega, passando pela manutenção e atualizações, até à reciclagem.

As empresas Lean, tanto multinacionais, PME ou simplesmente startups, abordam incessantemente questões fundamentais sobre o seu propósito, o processo e as pessoas:

– Qual é o propósito orientado para o valor? Ou qual é o problema a resolver?

– Quais são as ações a serem realizadas para resolver o problema?

– Quais as capacidades necessárias para realizar o trabalho de resolver o problema?

– Que sistema de gestão, nomeadamente nas operações e comportamentos de liderança é necessário?

– Que pensamento, incluindo mentalidades e pressupostos, é exigido pela organização como um sistema orientado para um propósito?

Podemos concluir que a forma de pensar Lean tem uma orientação: respeito pelos clientes, colaboradores, fornecedores, investidores e restante envolvente onde estes players estão inseridos, com o acreditar de que todos podem e irão beneficiar através das práticas Lean. Lean não é dogmático. Não é um conjunto rígido e imutável de crenças e métodos. Em vez disso, progride no contexto de situações específicas. Não existe um ponto final enquanto o valor é criado de forma imperfeita e o desperdício existe.

E como Lean pode ajudar as organizações?

Desde o coaching executivo no desenvolvimento de estratégia, implementação e alinhamento até ao envolvimento dos colaboradores para criar uma cultura de resolução de problemas, a forma de pensar e a prática Lean podem alavancar o desempenho de qualquer que seja a organização.

Adotar a filosofia Lean pode transformar profundamente uma organização. Com foco em eficiência, qualidade, melhoria contínua e inovação, o Lean ajuda as empresas a eliminar desperdícios, aumentar a produtividade e satisfazer melhor os clientes. Para as empresas que desejam se manter competitivas no longo prazo, a implementação do Lean não é apenas uma opção, mas uma necessidade.

Orlando Fontan
Senior Project Management | Speaker | Managing Partner at ConceptChange | Professor | Change Management & Transformation Specialist | Information Security | Risk Management | ISO 27001 Certified

A Primeira Conferência sobre Economia Azul na NOVA FCT: Um Marco para o Desenvolvimento Sustentável de Portugal

No dia 26 de junho, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa foi palco de um evento sem precedentes, a primeira conferência dedicada exclusivamente à Economia Azul. Organizada pela Formação Executiva da FCT NOVA, a conferência reuniu uma elite de especialistas, acadêmicos, industriais e políticos para discutir o aproveitamento sustentável dos vastos recursos marítimos de Portugal. Este encontro não apenas reafirmou a posição de Portugal como uma nação intrinsecamente ligada ao mar, mas também delineou o potencial imenso que o oceano oferece para o desenvolvimento económico futuro, sempre alinhado com a preservação ambiental.

 

Portugal e o Mar: Uma Conexão Histórica com Perspectivas Futuras

Portugal, uma nação com um legado marítimo de respeito, tem suas raízes históricas profundamente entrelaçadas com o oceano (Costa, 2017). A República Portuguesa, fundada em 1143, expande-se por uma área terrestre de 92.212 km², mas é na dimensão marítima que o país se revela um colosso europeu. A zona económica exclusiva (ZEE) de Portugal abrange cerca de 1.683.000 km², posicionando-se como uma das maiores da Europa (Sousa et al., 2018). Essa vasta área, subdividida entre o continente e os arquipélagos dos Açores e da Madeira, totaliza aproximadamente 50.957 km² e representa um território repleto de oportunidades e desafios para a economia azul (Bessa, 2014).

 

Dinâmicas da Economia Azul: Desenvolvimento, Sustentabilidade e Inovação

A conferência explorou profundamente o potencial de setores como pesca e aquicultura, turismo marítimo, energias renováveis offshore, biotecnologia marinha e infraestruturas portuárias. Foi destacada a importância crítica da sustentabilidade nesses setores, conforme evidenciado por Silva e Santos (2019), que argumentam sobre a necessidade de harmonizar o crescimento económico com a conservação dos ecossistemas marinhos. A inovação tecnológica foi apontada como um vetor crucial para o desenvolvimento futuro, particularmente no que tange à energia renovável e à biotecnologia, áreas nas quais Portugal tem o potencial para se tornar líder global (Martins & Fernandes, 2020).

 

Impacto Económico: Academia como um Modelo

A aposta de Portugal na economia azul não é apenas uma escolha estratégica, mas também uma necessidade vital para o sustento do país e a preservação de seu património natural. Esta iniciativa reflete uma compreensão profunda de que o futuro económico de Portugal está intrinsecamente ligado ao seu passado e presente marítimo.

O envolvimento da academia, em especial a NOVA FCT, no fomento e liderança das discussões sobre economia azul evidencia uma abordagem pragmática e visionária, alinhada com as melhores práticas internacionais. Este compromisso com a sustentabilidade e inovação é um exemplo brilhante do papel que a educação superior pode desempenhar na transformação das bases económicas de um país.

O impacto económico deste setor é tangível e crescente. A economia azul tem o potencial de impulsionar significativamente o PIB português, criar empregos, fomentar a inovação e garantir a sustentabilidade ambiental. Setores como a energia renovável offshore e o turismo costeiro não apenas diversificam a economia portuguesa, mas também colocam o país na vanguarda da economia verde global.

O desenvolvimento desses setores, apoiado por políticas públicas eficazes e investimento em pesquisa e desenvolvimento, pode transformar Portugal num modelo de economia azul, demonstrando que é possível aliar crescimento económico com respeito e cuidado pelo ambiente marinho.

 

Política e Estratégia: Diretrizes para um Futuro Azul Sustentável

A conferência enfatizou a importância de uma política integrada que não só promova a economia azul, mas também assegure a proteção ambiental. A colaboração internacional, especialmente na gestão de recursos transfronteiriços e no cumprimento de diretrizes ambientais internacionais, foi apontada como essencial (Nobre, 2021). O papel dos decisores políticos em moldar um ambiente regulatório propício ao investimento e à inovação foi também discutido, com recomendações para políticas que incentivem a pesquisa e a sustentabilidade (Gomes & Lopes, 2022).

 

O Oceano como Patrimônio e Futuro

Esta primeira conferência sobre Economia Azul na NOVA FCT serviu não apenas para reiterar o compromisso de Portugal com um futuro sustentável, mas também para estabelecer um diálogo académico e profissional que, espera-se, continuará a influenciar as políticas e práticas no país e além. Portugal, com sua herança marítima singular e um presente de possibilidades ilimitadas no mar, está perfeitamente posicionado para liderar o caminho em direção a um futuro onde o oceano não é apenas uma fonte de recursos, mas também um bem cuidadosamente preservado para as futuras gerações.

Este evento não foi apenas um marco académico e profissional; foi um reafirmar da identidade marítima de Portugal e uma proclamação do seu potencial inexplorado. O futuro de Portugal, indubitavelmente ligado ao seu passado e presente marítimo, promete uma jornada de inovação, crescimento e sustentabilidade, guiada pelos princípios da economia azul.

 

Referências

  • Bessa, J. (2014). Mar territorial e ZEE de Portugal. Lisboa: Observatório do Mar.
  • Costa, H. (2017). O legado marítimo de Portugal. Porto: Edições Marítimas.
  • Gomes, C., & Lopes, R. (2022). Políticas para a economia azul em Portugal. Coimbra: Universidade de Coimbra Press.
  • Martins, A., & Fernandes, E. (2020). Tecnologia e inovação na economia azul. Lisboa: TecnoMar Editora.
  • Nobre, A. (2021). Gestão sustentável dos recursos marinhos. Porto: Editora Oceano.
  • Silva, P., & Santos, M. (2019). Sustentabilidade e desenvolvimento marítimo. Lisboa: Fundação para o Desenvolvimento Marítimo.
  • Sousa, L. et al. (2018). Economia azul: Oportunidades e desafios. Porto: Universidade do Porto Press.

 

Orlando Fontan
Senior Project Management | Speaker | Managing Partner at ConceptChange | Professor | Change Management & Transformation Specialist | Information Security | Risk Management | ISO 27001 Certified

Além da Eficiência: Lean Como Cultura Organizacional

A filosofia Lean, originada no Sistema Toyota de Produção, tornou-se uma abordagem essencial para empresas que procuram eficiência e competitividade. Com foco na eliminação de desperdícios e na melhoria contínua, o Lean oferece um caminho claro para a excelência operacional. Com o Lean foca-se em diversas perspectivas, incluindo eficiência, produtividade, qualidade e inovação.

Lean é uma forma de pensar em criar o valor necessário com menos recursos e menos desperdício. Lean é também uma prática que consiste em experimentação contínua para alcançar o valor perfeito com zero desperdício. O pensamento e a prática Lean ocorrem em conjunto.

O pensamento Lean começa sempre com o cliente. O que valoriza o cliente? Ou, formulado de forma diferente e que convida à ação concreta, que problema precisa o cliente resolver?

A prática Lean inicia-se com o trabalho— as ações que criam valor para o cliente, direta ou indiretamente — e as pessoas que realizam essa função. Por meio de experimentação contínua, colaboradores e gestores aprendem a inovar nas suas ações, físicas ou intelectuais, de forma a obter cada vez mais qualidade e fluidez, menos tempo e esforço, e menor custo. Assim, uma organização caracterizada pela prática Lean é altamente adaptada ao seu ambiente que por vezes está em constante mudança, em comparação com os seus pares, devido à aprendizagem sistemática e contínua fomentada pelo pensamento e prática Lean.

Uma organização Lean deve organiza-se para continuar a compreender o cliente e o seu contexto, ou seja, especificando o valor e procurar melhores formas de o fornecer:

– através do desenvolvimento de produtos e processos,

– durante o cumprimento, desde a encomenda através da produção até à entrega, e

– através do ciclo de utilização do produto e/ou serviço, desde a entrega, passando pela manutenção e atualizações, até à reciclagem.

As empresas Lean, tanto multinacionais, PME ou simplesmente startups, abordam incessantemente questões fundamentais sobre o seu propósito, o processo e as pessoas:

– Qual é o propósito orientado para o valor? Ou qual é o problema a resolver?

– Quais são as ações a serem realizadas para resolver o problema?

– Quais as capacidades necessárias para realizar o trabalho de resolver o problema?

– Que sistema de gestão, nomeadamente nas operações e comportamentos de liderança é necessário?

– Que pensamento, incluindo mentalidades e pressupostos, é exigido pela organização como um sistema orientado para um propósito?

Podemos concluir que a forma de pensar Lean tem uma orientação: respeito pelos clientes, colaboradores, fornecedores, investidores e restante envolvente onde estes players estão inseridos, com o acreditar de que todos podem e irão beneficiar através das práticas Lean. Lean não é dogmático. Não é um conjunto rígido e imutável de crenças e métodos. Em vez disso, progride no contexto de situações específicas. Não existe um ponto final enquanto o valor é criado de forma imperfeita e o desperdício existe.

E como Lean pode ajudar as organizações?

Desde o coaching executivo no desenvolvimento de estratégia, implementação e alinhamento até ao envolvimento dos colaboradores para criar uma cultura de resolução de problemas, a forma de pensar e a prática Lean podem alavancar o desempenho de qualquer que seja a organização.

Adotar a filosofia Lean pode transformar profundamente uma organização. Com foco em eficiência, qualidade, melhoria contínua e inovação, o Lean ajuda as empresas a eliminar desperdícios, aumentar a produtividade e satisfazer melhor os clientes. Para as empresas que desejam se manter competitivas no longo prazo, a implementação do Lean não é apenas uma opção, mas uma necessidade.

 

Orlando Fontan

Consultor de gestão de projetos

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