Quando Jeff Sutherland, que juntamente com Ken Schwaber criou o Scrum, lançou o desafio de “fazer o dobro do trabalho em metade do tempo”, muitos consideraram impossível. Hoje, esse objetivo parece até modesto. Não porque o movimento Agile tenha perdido relevância, mas porque a inteligência artificial (IA) está a transformar radicalmente a forma como trabalhamos.
O Agile surgiu como resposta a modelos pesados e rígidos, cujos processos, documentação e planos raramente se confirmavam. Para evitar e ultrapassar esse peso e essa rigidez, propôs adaptação contínua, foco no valor e equipas autónomas. Essa lógica mantém-se — e torna-se ainda mais essencial num mundo em que a velocidade e a complexidade aumentam exponencialmente.
É aqui que a IA entra como um agente de mudança. Já não falamos apenas de acelerar tarefas, mas de repensar como fazemos planeamento, execução e aprendizagem:
A grande mudança não é a substituição de pessoas por máquinas, mas a criação de equipas aumentadas. Agile sempre foi sobre dar poder às pessoas, remover burocracia e adaptar-se em ciclos curtos. A IA leva essa visão mais longe, tornando cada ciclo mais rápido, mais eficiente e mais orientado a resultados.
Em vez de substituir o Agile, a IA reforça os seus princípios: adaptação constante, foco no valor e melhoria contínua. A promessa de “fazer o dobro em metade do tempo” não perdeu em nada a sua validade — apenas ganhou um novo e poderoso aliado.
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